Publicado em 29/09/2020 às 12:31, Atualizado em 29/09/2020 às 11:08

Combate às queimadas no Pantanal ganha reforço de 120 brigadistas e bombeiros

Anúncio foi feito pelo secretário Jaime Verruck

Redação,
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Divulgação

O combate aos incêndios na região do Pantanal ganhou reforço de 120 bombeiros e brigadistas. O incremento nas ações ocorre após agravamento na situação da região.

O anúncio do reforço foi feito por Jaime Verruck, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar.

“Tivemos um final de semana de situação extremamente dramática, saímos sexta-feira de 17 focos no Estado para mil focos no sábado em várias regiões. Então, continua preocupante, continua em alerta e os próximos dias serão de muita seca, baixa umidade e de grande risco de incêndio em todo o Estado”, disse ele.

Serra do Amolar

Conforme o Governo, 65 homens combatem os incêndios na região da Serra do Amolar. Entre eles estão brigadistas do Ibama, ICMBio, além de bombeiros de MS e do PR e marinheiros.

Nesta segunda-feira, 28, às 15h, uma guarnição atendeu emergência na Fazenda Santa Tereza, onde o fogo queimou uma casa de moradores e se alastra pela vegetação nativa. Pouco antes, por volta de 13h, o incêndio que há uma semana rompe pelo entorno da serra chegou a 30 metros da sede da Reserva Eliezer Batista, base das operações antifogo.

Lançamento de água

A estrutura montada pelo Governo do Estado, com o apoio do governo federal, centraliza as ações nesta região, situada próxima à divisa de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Os clarões de fogo surgem do nada, às margens dos rios ou na encosta da morraria. Esta segunda-feira amanheceu com o céu coberto pela densa fumaça, prejudicando inclusive a navegação fluvial.

Mesmo com pouca visibilidade, o avião Air Tractor, contratado pelo Governo do Estado, conseguiu realizar seis lançamentos de água, totalizando 12 mil litros, na área crítica – no vale entre as baías Mandiore e Taquaral. Neste ponto, 30 homens abrem uma frente de defesa para impedir a progressão do fogo para a Serra do Amolar e outras duas reservas.

Os bombeiros e brigadistas se revezam na formação de uma linha negra (contrafogo) a 10 km do fogo que avança pelo vale da morraria. Esse fogo também se deslocou no sentido Oeste, em direção da Fazenda Santa Tereza, situada na fronteira com a Bolívia. A equipe de bombeiros que se deslocou por terra para a fazenda levaria 40 minutos de barco e andaria 18 km para chegar ao local.

A mudança de direção do vento teria deslocado um dos focos para a sede da RPPN Eliezer Batista, gerando um tumulto e desespero. Rapidamente, bombeiros, fuzileiros da Marinha e funcionários da ong Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ong que gerencia a unidade de conservação, combateram as chamas. Nova mudança repentina do vento, desviou o fogo.

“Foi assustador”, comentou a funcionária da reserva Keli Munique Silva, que correu para o galinheiro próximo a sua residência e salvou três galinhas, enquanto o fogo se aproximava. As chamas foram contidas na sede e tomou rumo a uma reserva vizinha. “Se o fogo se alastrar pode entrar pelo vale e chegar à serra”, explicou o tenente bombeiro Pedro Faria, do Paraná.

Devido a concentração os focos de calor no entorno do Amolar, a base da Operação Pantanal II foi montada na Eliezer Batista, onde os bombeiros têm acomodação e alimentação. A Serra Negra, reserva vizinha, servirá de base para o helicóptero do ICMbio, que deve operar a partir desta terça-feira. O abastecimento de combustível será feito por um caminhão com 10 mil litros, vindo de Corumbá em uma lancha.