Publicado em 09/10/2021 às 10:30, Atualizado em 08/10/2021 às 19:14

Comandante de batalhão de Nova Andradina é investigado por usar viaturas para fins particulares

Militar nega irregularidade e diz estar à disposição da Corregedoria para esclarecimentos

Redação,
Cb image default
Comandante, durante entrevista ao Midiamax, negou.Foto - João Claudio - Arquivo Nova Noticias

A Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul instaurou procedimento de investigação preliminar para apurar o suposto uso irregular de veículos no 8º Batalhão, com sede em Nova Andradina. Informações são de que o comandante da unidade, o tenente-coronel José Roberto, estaria destinando três viaturas descaracterizadas para uso particular, inclusive com abastecimento pago pelo Estado. No entanto, o militar nega tais acusações.

Conforme apurado pelo Midiamax, denúncia encaminhada à Corregedoria e ao Ministério Público Militar (notícias de fato) apontam que o tenente-coronel trocou, sem justificativas claras, uma viatura da Ronda escolar por uma caminhonete descaracterizada. A viatura da ronda teria sido obtida junto à Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) após mobilização social e agora a caminhonete tem sido usada como veículo particular.

O denunciante pontua que a Mitsubishi L200 Triton tem sido usada para transporte de ração até uma propriedade rural do militar. O mesmo estaria ocorrendo com outras duas viaturas descaracterizadas, uma delas um automóvel Fiat Siena, que foi registrado por mais de uma vez estacionado na casa do comandante, bem como uma moto XRE 300.

“Para driblar uma investigação, ele sempre usa o cartão numa quinta-feira ou sexta-feira e depois no início da semana, às vezes usa o cartão em seu veículo particular. Comprovação pode ser aferida pelo cartão Taurus, com imagens de postos de combustíveis, que ele passa com a caminhonete carregada com insumos para sua propriedade rural, localizada na cidade de Deodápolis”, diz a denúncia.

Existem ainda reclamações quanto à postura do comandante, que, conforme relatado, às vezes, se dirige de forma truculenta aos subordinados. Além disso, há registro de insatisfação policial com a atual gestão e, em alguns casos, os policiais precisam se desdobrar para atendimento. As alegações são de que aos finais de semana, por exemplo, apenas dois policiais 'rodam' de viatura na cidade com cerca de R$ 60 mil habitantes.

A palavra do comandante

Ao Midiamax, o tenente-coronel José Roberto de Souza afirmou que está sendo alvo de perseguição em Nova Andradina, justamente em razão do trabalho que tem desempenhado, que resultou em mudanças na estrutura e tirou policiais da zona de conforto. Ele afirma que está há 18 meses no comando do 8° BPM e, desde então, a região do Vale do Ivinhema, que compreende Nova Andradina, Ivinhema, Batayporã, Taquarussu, Angélica, Anaurilândia, Novo Horizonte do Sul e distritos, foi considerada uma das mais seguras, como consequência do trabalho desenvolvido pela Polícia Militar.

Sobre as viaturas, afirma que os três veículos citados são descaracterizados e foram solicitados para uso do setor de inteligência. Explicou, inclusive, que trocou a viatura caracterizada com o Batalhão de Choque e recebeu a caminhonete Mitsubishi para uso em diligências de inteligência, a fim de justamente dificultar a identificação policial. Ele nega que tenha usado os veículos para fins particulares e que em todas as vezes que os usou foi para viagens e prestação de serviços.

“Nunca. Em nenhum momento foi usado [algum veículo] por esse comando para fins particulares”, disse. Sobre o uso dos cartões, também afirmou ser transparente com os gastos. “Eu desafio a me apresentar todos os abastecimentos. Todos os gastos são monitorados, registrados. Me mostrem onde foi e quem abasteceu. Eu tenho senha pessoal e a uso. Muitas vezes viajo com viatura, motorista e uso minha senha, mas sempre viagens oficiais. Desafio aqui qualquer um a comprovar qualquer abastecimento indevido”, destacou.

Disse ainda que já prestou esclarecimentos junto à Corregedoria da PM e faz questão que toda a denúncia seja devidamente apurada. “Sobre o transporte de ração, eu tenho propriedade rural, sou produtor rural e produzo ração, mas desafio a apresentarem prova nesse sentido, não tem nada a ver. Quando fui informado do recebimento da denúncia, fiz questão que a Corregedoria investigasse”, finalizou ele, lembrando que ainda promoveu melhorias na estrutura do Batalhão e deu melhores condições de trabalho aos subordinados.

Conteúdo Midiamax