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07/12/2016 às 16:28, Atualizado em 07/12/2016 às 14:29

Com combustível 'no limite', voo da Argentina foi liberado pela Aeronáutica

Apontada como principal motivo do desastre aéreo envolvendo jornalistas e a equipe da Chapecoense, a falta de combustível por pouco não causou um problema para a seleção argentina em novembro. Segundo o jornal "O Tempo", o voo da companhia boliviana LaMia que levou os argentinos de Belo Horizonte para Buenos Aires após o duelo contra o Brasil tinha apenas mais 18 minutos de autonomia além do trajeto em caso de alguma emergência. O plano de voo do avião, o mesmo do acidente com a Chape, teria ainda sido liberado pela Aeronáutica, e a operação liberada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Porém, a dúvida no caso é se o plano de voo apresentado pela empresa boliviana foi o mesmo que acabou sendo seguido ou se houve alterações sem avisos às autoridades. Em e-mail enviado ao jornal, a Aeronáutica confirmou que não viu problemas no plano de voo e por isso o mesmo foi aprovado. No entanto, não especifica qual seria a autonomia de combustível e o trajeto apresentado pela companhia LaMia.

- O plano de voo da empresa LaMia, matrícula CP2933, entre Belo Horizonte e Buenos Aires, foi aceito pelo órgão de controle de tráfego aéreo, pois estava coerente do ponto de vista da navegação aérea (...) O tempo estimado em rota era suficiente para chegar ao destino, conforme autonomia declarada pelo piloto - diz a Aeronáutica em e-mail, ainda explicando que os requisitos que determinam a necessidade de combustível são definidos pela Anac.

A Agência Nacional de Aviação Civil também confirmou que aprovou o voo, já que a documentação da empresa e da aeronave atendiam às exigências. A agência reguladora disse ainda que a autonomia “compete ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Aeronáutica, aprovar”.

Segundo a reportagem, o voo de Buenos Aires até Belo Horizonte feito pelos argentinos durou 4 horas e 4 minutos, enquanto a autonomia do avião era de 4 horas e 22 minutos. Rogério Botelho Parra, coordenador do curso de engenharia aeronáutica da Fumec, foi ouvido pelo "O Tempo" e a acredita que a LaMia apresentou um plano de voo diferente do que foi executado.

- Esse plano (voo direto para Buenos Aires) não seria autorizado de jeito nenhum. Com certeza, teria que ter uma escala. O piloto ou a empresa têm autoridade para informar a autonomia - disse, dando a entender que a LaMia pode também ter informado uma autonomia maior do que a real do avião.

Fonte: Globo Esporte

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