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23/09/2021 às 16:00, Atualizado em 23/09/2021 às 12:33

Clima faz estimativa da colheita de milho cair em 40%; analista diz que reflexos já são vistos há meses

Com uma queda drástica na produtividade na safra do milho 2020/21, produtores rurais devem colher 52 sacas por hectare, diferente das 100 que foram registradas no período anterior.

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Colheita de milho foi prejudicada por estiagem em Mato Grosso do Sul. — Foto: Semagro/Reprodução

Com apenas 1% da área cultivada com milho segunda safra (safrinha) para ser colhida, o boletim do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA) destaca que a estimativa de produção em Mato Grosso do Sul deve ficar em 6,285 milhões de toneladas, 40,8% menor do que a previsão feita inicialmente, que era de mais de 9 milhões de toneladas.

A estimativa inicial, segundo o levantamento, se deu como base no aumento da área plantada (que passou de 1,895 milhão de hectares para 2,003 milhões de hectares em um ano) e a possibilidade de se colher até 100 sacas por hectare, volume atingido na safra anterior. Porém, o número de sacas que colhidas durante este período deve ficar em 52, em média.

Especialistas e consultores de mercado detalharam que a queda na produtividade está relacionada aos vários eventos climáticos que afetaram os campos e a plantação tardia da safra 2020/21.

Os técnicos do SIGA, plataforma de dados coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), junto com a Associação de Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS) e a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), apontaram que, em algumas lavouras, foi possível verificar a perda total devido à estiagem e a queda de granizo.

Alguns produtores preferiram limitar a cultura ao invés de colher, haja vista que o custo com as máquinas torna a operação inviável. As regiões oeste, central, sul e sudeste possuem as piores condições das lavouras, e juntas representam mais da metade da área plantada do estado.

O analista de mercado Jonas Pizzatto diz que os impactos da quebra de safra são vistos há meses. Preços elevados em alimentos são os mais sentidos, diretamente, pela população. "Na verdade isso já repercutiu. Na colheita da soja foi muito chuvoso, por isso Mato Grosso do Sul plantou o milho fora da janela ideal".

"A safrinha teve muitos eventos climáticos que a castigaram. Isso fez com que os preços subissem. Outros estados já estão repassando. Já afetou, o mercado está olhando para isso faz tempo. Não é novidade. O campo já deu reflexo, isso está afetando várias pessoas", comenta o analista.

Diante do cenário pouco otimista, Jonas diz que os produtores estão mais "prudentes" na venda da próxima safra. "O problema foi a menor oferta. Os produtores estão com medo de vender a safra de 2022. Analisando um cenário futuro, tudo vai depender da safrinha, se atrasar o plantio da safrinha, podemos ter outra repercussão. Se plantar a soja dentro da janela deste ano, aumenta a probabilidade de um cenário mais otimista", finaliza.

Fonte - G 1

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