Publicado em 01/01/2021 às 09:01, Atualizado em 31/12/2020 às 22:43

Censo Escolar 2020: Matrículas na rede pública despenca em MS, aponta IBGE

O censo educacional apontou uma queda de 14,5 mil matrículas nas escola públicas

Redação,
Cb image default
Divulgação

As escolas públicas de Mato Grosso do Sul perderam 14.556 mil matrículas entre 2019 e 2020, de acordo com os dados finais do Censo Escolar da Educação Básica 2020, divulgados nesta quinta-feira (31) no DOU (Diário Oficial da União) pelo Ministério da Educação. Os dados refletem a situação anterior à pandemia e conforme levantamentos, apenas as matrículas na pré-escola cresceu em MS.

Em 2020 houve 528.510 matrículas na educação básica pública, que vai da creche ao ensino médio, incluindo a educação de jovens e adultos. Em 2019, o Censo Escolar apontou 543.066 matrículas. A diferença é de 14.556 (- 2,68%). As principais quedas percentuais na educação básica pública de Mato Grosso do Sul, de acordo com o Censo Escolar 2020, são:

queda de 2,05% nas matrículas do ensino fundamental geral (parcial e integral) dos anos finais (6º ao 9º ano)

queda de 1,21% em matrículas no ensino fundamental geral (parcial e integral) dos anos iniciais (1º ao 5º ano)

queda de 1,59% nas matrículas no ensino médio geral (parcial e integral)

queda de 21,7% nas matrículas da educação de jovens e adultos (EJA) do ensino fundamental

queda de 35,5% nas matrículas da educação de jovens e adultos (EJA) do ensino médio

queda de 3,49% nas matrículas em creches de período integral;

Em 2019, haviam 180.555 matrículas no ensino fundamental nos anos iniciais (1° ao 5° ano) e em 2020, o número caiu para 178.358. O mesmo aconteceu com as matrículas no ensino fundamental nos anos finais (6° ao 9° ano), que em 2019 haviam 139.924 e em 2020, caiu para 136.405 matrículas.

Os únicos aumentos nas matrículas aconteceram nas vagas em creches nas instituições públicas com meio período, além nas matrículas nas pré-escola. Confira o aumento:

aumento de 3,79% nas matrículas em creches de meio período (parcial);

aumento de 4,31% nas matrículas na pré-escola de meio período;

aumento de 9,65% nas matrículas na pré-escola de período integral;

Em números, conforme o Censo Escolar de 2020, foram 14.458 matrículas nas creches com período parcial, enquanto em 2019, o censo apontou 13.929 matrículas. O número de registros na pré-escola também saltou de 58.634 matrículas em 2019 para 61.162 em 2020, referente ao meio período de ensino. Para o período integral, o número de matrícula cresceu de 1.998 para 2.191 em 2020.

Da rede privada para a pública

O crescimento nas matrículas na pré-escola em MS, pode ser reflexo da crise diante da pandemia. Isso porque, desde março, muitos pais optaram por tirar os filhos das escolas particulares e transferir para uma instituição pública. Seja para fugir das mensalidades exorbitantes, evitar que filhos voltem às aulas presenciais ou mantê-los matriculados.

A SED (Secretaria Estadual de Educação) informou ao Jornal Midiamax em reportagem no mês de julho, que durante a pandemia, desde março, foram 233 matrículas de estudantes transferidos da rede privada para as escolas estaduais. No entanto, o número seria normal para o período.

“De acordo com os acompanhamentos realizados pela nossa equipe responsável pela Central de Matrículas da REE (Rede Estadual de Ensino), o movimento é considerado normal para o período”, disse SED em nota.

Problemática no país

Os anos finais do ensino fundamental e o ensino médio são considerados as etapas mais problemáticas nas avaliações de ensino e aprendizagem. Em 2019, pela quarta vez consecutiva, o Brasil não atingiu o mínimo proposto para este nível de ensino, segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Uma das estratégias para combater o déficit de aprendizagem é expandir o ensino para o período integral, uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). A ideia é ter 50% das escolas públicas oferecendo aulas em tempo integral até 2024, para atender 25% dos estudantes da educação básica.

Na análise da Campanha Nacional pela Educação, esta meta “apresenta uma das situações mais graves em relação ao seu cumprimento”, devido à queda dos índices. Os dados completos, incluindo escolas privadas, serão divulgados em janeiro de 2021.

Conteúdo - Midiamax