Publicado em 01/08/2018 às 16:34, Atualizado em 01/08/2018 às 16:01

Brasil terá aumento de mortes por onda de calor, afirma estudo

Pesquisa da Universidade de Monash aponta que países tropicais e de baixa renda serão os mais prejudicados.

Redação,
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Divulgação

De acordo com um novo estudo internacional da Universidade Monash, na Austrália, o número de mortes causadas pelo calor aumentará consideravelmente nas próximas décadas, caso não sejam tomadas providências de adaptação às mudanças climáticas. Entre os 20 países avaliados na pesquisa, o Brasil está em terceiro lugar nas projeções de aumento das mortes ligadas a temperatura. Colômbia e Filipinas estão na frente.

O maior aumento será nas regiões tropicais - em especial nas nações de baixa renda - também haverá expressiva elevação de mortes na Austrália, Europa e nos Estados Unidos. Neste momento, vários países do Hemisfério Norte têm sofrido com fortes ondas de calor.

Liderado pela Universidade australiana Monash, o estudo foi publicado nesta terça-feira, 31, na revista científica PLOS Medicine. Um dos autores é o médico brasileiro Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa, dizem os cientistas, é a primeira a prever o número de mortes associadas às ondas de calor. A expectativa dos cientistas é que o resultado ajude os tomadores de decisão a planejar estratégias de adaptação e mitigação para mudanças climáticas.

Os especialistas desenvolveram um modelo para estimar o número de mortes relacionadas às ondas de calor em 412 cidades de 20 países, de 2031 a 2080. Foi possível projetar o aumento da mortalidade associada às ondas de calor no futuro em diferentes cenários caracterizados por níveis de emissão de gases de efeito estufa, grau de preparação e estratégias de adaptação e densidade populacional das regiões estudadas.

"O objetivo do estudo era ver o que acontecerá com a saúde humana em diferentes cenários climáticos, em cidades de diferentes latitudes e longitudes. No Brasil, as cidades litorâneas têm bom controle térmico e grandes problemas com ilhas de calor. Mas nossos dados mostram que cidades do Centro-Oeste e do Sudeste, como São Paulo, sofrerão bastante", disse Saldiva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.