Publicado em 26/07/2016 às 06:40, Atualizado em 27/07/2016 às 12:15

<b> Rio-16 proíbe secretário de levar tocha e pede até uniforme de volta</b>

Redação, UOL

Escalado para carregar a tocha olímpica durante a passagem do revezamento por São Bernardo do Campo no último sábado, após ter seu nome aprovado pelo Comitê Rio-2016, o secretário de Esportes de São Bernardo do Campo, José Alexandre Devesa, foi impedido pela entidade de carregar o objeto momentos antes do início do trajeto da chama pelas ruas do município. Ele estava prestes a entrar no ônibus que leva os condutores aos seus pontos quando foi informado que estava proibido de carregar o objeto.

Devesa, inclusive, foi obrigado a devolver o uniforme dado a todos os carregadores e a tocha que havia adquirido pelo valor de R$ 1.985,19. "Eu estava uniformizado e prestes a subir ao ônibus quando uma pessoa do Comitê me disse que eu não poderia levar a tocha. Isso depois de eu participar de 10 a 12 reuniões, passar a lista com o meu nome pelo Comitê e nenhum empecilho ser colocado. Houve uma intransigência muito grande. Me senti muito prejudicado por toda a situação criada. O desfecho foi lamentável", afirmou Devesa em entrevista ao UOL Esporte.

"Gosto de resolver as coisas na base do diálogo, mas não quiseram dialogar. Estou conversando com meu advogado e penso até em entrar com uma ação contra o Comitê", completou Devesa.

Secretário de Esportes de São Bernardo desde 2013, Devesa foi atleta de vôlei e também trabalhou como treinador da equipe feminina da cidade. A proibição para conduzir a tocha gerou uma série de críticas nas redes sociais e mensagens de apoio de nomes como o técnico Luizomar de Moura e o ex-jogador da seleção de vôlei, Douglas Chiarotti.

Ao UOL Esporte, o Comitê Rio-16 informou que existe uma norma para que ninguém que ocupa um cargo público ou seja filiado a partido político leve a tocha para que não haja cunho eleitoral. O órgão informou também que não há este problema se o condutor for um ex-atleta olímpico.

Entretanto, durante o revezamento, diversas pessoas que ocupam cargos públicos - em secretarias municipais ou órgão do governo federal - e nunca disputaram uma Olimpíada carregaram a tocha sem nenhuma objeção.