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10/11/2019 às 06:30, Atualizado em 09/11/2019 às 12:03

Após demitir mais de 100 funcionários Grupo Globo anuncia nova estrutura a partir de janeiro

Crise.

Uma demissão em massa na Globo Rio deixou o Projac em estado de choque quando mais de 100 funcionários foram cortados. Pessoas foram vistas chorando e a emissora alegou que “todas as grandes empresas modernas passam por processos na busca de eficiência e evolução constante”. O acontecido no Rio gerou um sentimento de medo na Globo de São Paulo.

As especulações apontam que, dessa vez, o corte deve atingir hierarquias mais elevadas, como gestores e diretores.

O Grupo Globo anunciou nesta sexta-feira (08) que terá uma nova estrutura a partir de janeiro de 2020. Segundo comunicado divulgado, TV Globo, Globosat, Som Livre, Globo.com, Globoplay e DGCorp vão se juntar em uma nova empresa que receberá o nome Globo.

A nova estrutura, comunicada hoje ao mercado pelo presidente do Grupo Globo, Jorge Nóbrega, “é resultado da estratégia de transformação digital da Globo, iniciada em setembro de 2018, com o programa UmaSóGlobo”. O programa UmaSóGlobo alia tecnologia e dados a conteúdos gerados por diversas plataformas e empresas do grupo, com foco no comportamento do consumidor.

A Globo, segundo o comunicado, vai centralizar a criação e produção de conteúdos de forma separada dos canais e serviços, agrupará os negócios digitais em uma única área, concentrará as expertises corporativas em núcleos de competência para apoio a toda a empresa e buscará parcerias para explorar novos segmentos de negócio, relacionados a seus ecossistemas.

“A marca Globo como a conhecemos hoje, sinônimo de TV aberta, passa a dar nome a uma empresa nova, ampliada, integrada e orientada a novos desafios e oportunidades. Estamos transformando nossos negócios atuais e desenvolvendo novos. A experiência digital mudou muito a maneira como o público consome mídia, conteúdos e serviços, e nós mudamos junto. O investimento que estamos fazendo em novas tecnologias e modelos de negócio não implica abandonar as nossas forças tradicionais. Nossa estratégia amplia a força da televisão, ao unir TV aberta e TV fechada às oportunidades digitais, com o consumidor no centro do negócio”, disse Nóbrega.

A nova estrutura que o Grupo Globo terá a partir de janeiro reorganiza os comandos de diversas áreas de negócios do maior grupo de comunicação do país. Segundo comunicado, Paulo Marinho, à frente de “Canais Globo”, responderá pela TV Globo, pela gestão de sua rede de afiliadas e pelo portfólio dos canais de televisão por assinatura.

A área de “Criação & Produção de Conteúdo” será liderada por Carlos Henrique Schroder, que vai comandar a criação e produção, para todas as plataformas, de conteúdos de entretenimento, esporte e jornalismo. “A orientação editorial do jornalismo da empresa continuará sendo exercida pelo Conselho Editorial do Grupo Globo, que conta com a participação de Ali Kamel, diretor de Jornalismo da Globo”, diz o comunicado.

A divisão de “Produtos & Serviços Digitais” estará a cargo de Erick Brêtas, que vai gerir o portfólio de “iniciativas digitais”.

A venda de publicidade fica sob o comando de Eduardo Schaeffer.

A aquisição de diversos tipos de direitos necessários à produção audiovisual, principalmente em esporte e entretenimento, fica sob a direção de Pedro Garcia.

Rossana Fontenele vai responder pela área “Estratégia & Tecnologia”, propondo negócios, parcerias e alinhamento estratégico. A área de tecnologia será chefiada pela executiva.

A divisão “Marca & Comunicação” terá Sergio Valente à frente.

A divisão “Finanças, Jurídico & Infraestrutura” será comandado por Manuel Belmar. Claudia Falcão vai liderar a área de “Recursos Humanos”. Paulo Tonet ficará com “Relações Institucionais”.

Marcelo Soares estará à frente da gravadora Som Livre, acumulando essa função com a gestão do Sistema Globo de Rádio.

“A Editora Globo, sob a direção geral de Frederic Kachar, permanecerá com gestão independente da nova estrutura Globo, se reportando a Jorge Nóbrega”, segundo o comunicado.

Roberto Marinho Neto assumirá a liderança da Globo Ventures, saindo do comando do Esporte. O executivo será “responsável pelos investimentos diretos dos acionistas em novos negócios, mantendo uma relação constante de proximidade e atuação articulada com a Globo [a nova empresa]”.

“O modelo que apresentamos é um passo muito importante em nossa jornada de transformação. Escolhemos nos organizar por produtos e serviços – lineares, digitais e publicitários – e não por gêneros de conteúdo, permitindo um olhar de portfólio multigênero e multiplataforma. Com isso, o Esporte deixa de se organizar como uma vertical de negócio. A criação e produção de conteúdo esportivo será parte da área integrada de Criação & Produção de Conteúdo e as demais funções estarão distribuídas nas outras áreas da empresa. Os ganhos alcançados com a integração do Esporte, em 2016, foram fundamentais para darmos esse passo hoje. Sob a liderança de Roberto Marinho Neto, fizemos história na cobertura das Olimpíadas e da Copa do Mundo, mas também na gestão integrada de direitos e no conhecimento do torcedor brasileiro, comprovando o potencial de atuarmos juntos”, disse, no comunicado, o presidente executivo da Globo.

“Temos uma posição única no mundo. Temos na Globo os melhores talentos e agora, integrados, mais de 100 milhões de brasileiros passando por nossas telas todos os dias. Nos preparamos para nos relacionar diretamente com eles, através de inteligência e do conhecimento profundo que o enorme engajamento e a relevância dos nossos conteúdos nos proporciona. Para maximizar o valor dos nossos negócios como um todo, vamos ganhar mais eficiência com estruturas integradas, manter a qualidade dos nossos conteúdos, agregar tecnologia que nos permita experiências diversificadas de consumo e incorporar análises de dados do consumidor para alimentar a criação de conteúdos, a sua oferta direcionada, a melhoria dos serviços e a publicidade. Seremos em pouco tempo uma mediatech, com soluções mais flexíveis e ofertas muito variadas para as pessoas consumirem nosso conteúdo exclusivo por via digital ou da forma que elas quiserem. Essa Globo, que nasce em janeiro, é uma empresa única, com dois corações, um no conteúdo diferenciado e o outro na tecnologia e nas oportunidades que ela traz”, observou Nóbrega, no comunicado.

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