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04/05/2018 às 14:01, Atualizado em 04/05/2018 às 14:25

AMPLAVISÃO: Corrupção – passividade ou cumplicidade nossa?

Por Manoel Afonso.

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Divulgação

SOCORRO!!! A preocupação às vésperas das eleições para as câmaras municipais se repete no pleito que irá definir a composição da Assembleia Legislativa para o próximo quatriênio. Aferindo o potencial de alguns nomes que aparecem em pesquisas infladas ou não, fica a nítida impressão de que o eleitor em matéria de conscientização deixa a desejar. É a passividade que desemboca na cumplicidade.

Ô COITADOS! Depois do deputado Paulo Maluf (PP) ir pra casa, é a vez de outro ‘benemérito’ : o ex-deputado ( 11 mandatos) Henrique Alves (MDB). O ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) e o ex-ministro Geddel V. Lima (MDB) também querem! Mas a exemplo de Sergio Cabral MDB (ex-governador do Rio) terão que esperar um pouco mais até a mídia esquecê-los. Esse é o país que eu quero?

MAIS UMA O MDB estadual anuncia evento na capital com distribuição de formulário para o eleitor registrar seus anseios administrativos. Pura encenação para se tentar fugir da mesmice, daqueles mesmos personagens e discursos. O eleitor presente já é comprometido, carimbado, em busca de vantagem pessoal. Discutir a transparência e o combate a corrupção seria bem mais interessante. Fica a sugestão.

SEM SAÍDA? Cresce o número de quem admite votar no deputado Jair Bolsonaro (PSL), esquecendo que ele é somente reflexo da pressão moral e emocional no trato de desafios sociais como segurança, corrupção, tráfico de drogas e criminalidade. Age como o religioso de curas impossíveis e que vai exorcizar o demônio. Mas o ex-ministro do STF Joaquim Barboza (PSB) também sonha com o Planalto. Pelo visto sarou das ‘terríveis dores nas costas’ que o levaram a renunciar aos 11 anos restantes do cargo.

PASMEM! Bolsonaro (PSL) é o segundo menos rejeitado de uma lista de 6 nomes: 49,6% contra 45,5% do ex-ministro Joaquim Barbosa (PSB) em pesquisa recente onde aparecem o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e ex-senadora Marina Silva (Rede). A amostra é do Instituto Paraná, registro BR 2853/2018 no TSE.

ENCURRALADOS A crise é tal que não há dentre os 513 deputados federais e os 81 senadores um nome que os agregue num projeto nacional. Aliás, na pesquisa do Forum Econômico Mundial em 137 países, os nossos políticos foram tidos como os menos confiáveis. Paralelamente a essa carência, o país assiste as dificuldades da ‘Lava Jato’ em avançar contra a corrupção. O Judiciário recorre às normas inadmissíveis em países sérios do Primeiro Mundo.

PERGUNTAS ainda sem respostas. Quem o ex-prefeito de Campo Grande Alcides Bernal ( PP) apoiará para o Governo Estadual? Deflagrada a campanha eleitoral o ex-Juiz Odilon de Oliveira (PDT) ampliará a liderança ou desabará nas pesquisas? Deputada Tereza Cristina (DEM) ou Edson Giroto ( PR): qual deles receberá o apoio direto de Carlos Marum? ( ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República)

EM TEMPO O ministro Carlos Marum (MDB) é ‘peso pesado’ também nas urnas e seu cacife eleitoral – que presume-se intacto - é invejável. Elegeu-se com 91.816 votos no pleito de 2014, contingente capaz de lotar 1836 ônibus com 50 poltronas cada. Agora, com a caneta ( torneira das emendas) generosa quer deixar sua marca rumo talvez ao Tribunal de Contas da União ou até cultivar soja no Piauí. Quem sabe!

TRANSFERIR prestígio é um desafio. Inclusive especula-se a eventual influência positiva do ministro Marum na candidatura do ex-governador André Puccinelli (MDB). Como se sabe, Marum alçou todos os degraus da política pelas mãos de Puccinelli e agora seria a vez da retribuição. Confirmar essa hipótese seria prematura pelo clima de insegurança jurídica e eventuais estragos da ‘Lava Jato’ ou da ‘Lama Asfaltica’.

SINTONIA Filiado ao PSD o ex-deputado estadual Londres Machado continua ativo. Na última quinta ele esteve com Dirceu Lanzari, Subsecretário de Assuntos Institucionais do Governo Estadual. Em pauta a sucessão estadual; ambos são líderes interioranos. Lanzarini foi prefeito de Amambai por 3 vezes e com excelente penetração na fronteira e no Cone Sul.

NO ALTAR? Se dependesse dos deputados estaduais do MDB, a aliança do partido com o PSDB já seria ‘fava contada’. Eles fazem os cálculos e a incerteza nas urnas é incontestável. Querem a proteção do ‘guarda chuva’ para garantir mais um mandato. Sobre isso, ouvi no saguão da Assembleia Legislativa observação curiosa: a relação do governador Reinaldo (PSDB) com os emedebistas é tranquila, mas o entrave seria o ex-governador Puccinelli (MDB). Perguntar não ofende: “consultaram o eleitor?”

GAVETA A tese de que os políticos investigados temiam o fim do foro privilegiado deve ser vista com reservas. Boa parte deles, pelos favores ou boas relações com o Judiciário de seus Estados, não teriam dificuldade de cobrar do poder de toga a reciprocidade. O senador Aécio Neves ( PSDB) pode até renunciar ao mandato e escapar da cadeia com o processo correndo em Minas Gerais, onde tem bala na agulha.

ENFIM... também nas justiças estaduais não faltam colete salva-vidas para os políticos de todos os partidos, como uma espécie de gratidão. Afinal, em algumas situações que envolvem repasses e outros interesses do Judiciário, a necessidade do aval do poder político se faz presente. Mas eu lembro que o eleitor – sério ou sacana – enxerga essa realidade.

QUERO MAIS... Assim pode ser definido o gosto do homem pelo poder, desde em que o mundo é mundo. Pois é! Das 513 ‘excelências’ na Câmara Federal, 447 já disseram que disputarão a reeleição, 18 ainda estão indecisas e 48 resolveram desistir. Daqui, só os deputados Carlos Marum (MDB) e Zeca do PT não tentarão a reeleição. Portanto, nem sempre se confirma a tese de que a safra de políticos – como os perus – se renova sempre, embora ambos fazem glu-glu.

NOTA 10 Foi gratificante participar como entrevistado do programa ‘Papo de Redação’ na Rádio CBN-Campo Grande. Por quase uma hora debatemos com os colegas Otávio Neto e Lucas Mamédio assuntos relacionados à política local e nacional. Um papo sem censura onde manifestamos nossa opinião acumulada na experiência pessoal de 50 anos de jornalismo. O programa, disponível no Facebook da emissora.

VITIMIZAÇÃO Fenômeno verificado também no cenário eleitoral. É o que ocorre agora com o ex-presidente Lula ainda preso. Perguntado pelo jornalista Otávio Neto (CBN) se o mesmo caso não se aplicaria ao ex-governador Puccinelli (MDB) - ponderei: o eleitor do ex-presidente é da classe baixa, beneficiado pelos seus projetos sociais. Já o eleitor do ex-governador é na sua maioria da classe média, que paga a conta e tem outros critérios de avaliação.

PERA LÁ... O Governo Lula emprestou dinheiro à Venezuela e Moçambique que deram o calote. Agora o Congresso corta a verba do seguro desemprego para cobrir o buraco do BNDES. O ideal seria descontar a dívida R$1,164 bilhão do Fundo Partidário do PT. O pior foi o ministro Carlos Marum (MDB)– da Secretaria do Governo - comemorar dizendo “Foi uma vitória do bom senso”. Eu diria que foi uma ‘Vitória de Pirro’. Deslumbrado com o cargo, o ministro fala muito e as vezes é inconveniente.

O BRASIL está zonzo. Os números inflados das pesquisas não refletem a realidade. A inflação em baixa não compensa a desaceleração da economia. A iniciativa privada é quem paga essa conta salgada da carga tributária. Em qualquer cenário ou debate uma pergunta: quem é que está lucrando além dos bancos? E será que a bola mágica do Neymar na Copa da Rússia conseguirá reverter esse baixo astral antes das eleições?

‘A MINA’ No papo com o colega Mansour Elias Karmouche, presidente da OAB/MS) a questão dos efeitos do julgamento em 2ª Instância. Reafirmou a posição alinhada ao STF - mas admitiu que os altos honorários pagos aos advogados fomentam doutrinas e recursos de efeitos práticos discutíveis. Enfim, é a advocacia surfando em plena crise.

NÃO PERTUBE Embora a regra do TSE fosse válida desde 2014, só agora o TSF sacramentou através da decisão do relator Edson Fachin e de mais sete ministros proibindo o uso do telemarketing na propaganda eleitoral. A norma fora contestada pelo PT do B sob o argumento que a proibição fere a liberdade dos candidatos. Um incômodo a menos para o eleitor.

PONTO FINAL Será que o primeiro mês de cadeia foi suficiente para o ex-presidente Lula calçar as sandálias da humildade? Suas cartas ou ‘epístolas’ serão a plataforma do programa do PT? Até aqui sua arrogância continua perdendo para o Juiz Sergio Moro. E pensar que o Lula deu dinheiro para Moçambique ‘para pagar dívida histórica devido a escravidão’, quando teria sido mais um trambique do esquema da empreiteira Odebrescht e o PT.

“Odeio os políticos do Brasil. São uns safados”. ( atriz Laura Cardoso – 90 anos).

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