Publicado em 10/07/2020 às 14:03, Atualizado em 10/07/2020 às 12:09

AMPLAVISÃO: Candidaturas: entre a embalagem e o conteúdo

Por Manoel Afonso

Manoel Afonso,
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Divulgação

‘EM CASA’: Na última coluna falamos do ladrão de shampoo preso por decisão da ‘bravíssima’ Rosa Weiber, ministra do STF. Aqui no MS. a novela envolvendo Breno F. S. Borges, condenado a 21 anos de prisão continua. O fato não ganharia destaque se ele não fosse filho da desembargadora Tania Garcia de Freitas Borges, cuja influência na justiça é notória. Mas entristece: tanto no caso do ladrão no STF, como no caso réu privilegiado daqui, nenhum deputado ou senador teve a sensibilidade ou coragem de abordar. Uai! Os políticos não comungam com as aspirações e decepções do povo?

FACEBOOK: É sucesso o sermão do padre Júlio Lancelotti (SP) sobre a falta de moradia, comparando-a com o auxílio moradia dos juízes de direito, mesmo com salário excelente ou tendo 60 imóveis como é o caso do desembargador paulista José A. Neto. O religioso cita casos de ambos os conjugues juízes, se achando a última trincheira da moralidade, mesmo com casa própria não abrindo mão do benefício. Com a grana do auxílio construiria 50 mil casas para os pobres. Como tantos outros penduricalhos imorais, o tal auxílio é garantido por lei. Calados, os políticos concordam. Porque será?

CONSUMIDOR: Ele ainda leva vantagem em relação ao eleitor. Quando ele compra um produto estragado; que não corresponda a propaganda ou a especificação no rótulo pode recorrer com base na lei. Apesar da mão de obra, da dor de cabeça, às vezes até que recupera o eventual prejuízo ou tem o produto substituído por similar. Mas no caso do eleitor é diferente; ele nem sempre compara a embalagem (propaganda) com o real conteúdo do produto (qualidade do candidato). Depois do voto – decepcionado - ele fica no mato sem cachorro, chorando o leite derramado.

A INDÚSTRIA eleitoral crescendo. A função dela é aperfeiçoar as embalagens, dar-lhes roupagem atraente, embalagem que atraia e seduza o eleitor como as crianças pelo chocolate nas gôndolas do mercados. Irresistíveis. Estão maquiando os candidatos com regras de postura, ensinando-lhes frases de efeito e inclusive preparando-lhes o pacote de promessas sob o cognome de ‘projeto de governo’ ou algo parecido. É frequente na internet a oferta de cursos intensivos ou pacotes de preparação dos candidatos. Sem desmerecer esses profissionais, vale deixar os eleitores de sobreaviso - que poderão comprar ‘gato por lebre’ nestas eleições. Aí, não há Procon que resolva o problema.

A SAÚDE: Analisando na internet as postagens de pré-candidatos à prefeito percebe-se que a saúde será um dos alvos preferidos, principalmente com o clima criado pelo Covid-19. Virão os questionamentos diversos: o dinheiro público foi gasto de modo racional, planejado, no lugar certo? A gestão na saúde correspondeu às necessidades? Como melhorar e solucionar os desafios? A propósito; lendo as últimas notícias sobre o custo astronômico e lesivo do Aquário do Pantanal, antevejo esse questionamento.

‘NOVO MORO’: Difícil prever seu futuro; se será usado por algum grupo político ou tentará ‘voo solo’. A única certeza é que ele se arrependeu amargamente de ter trocado a função jurisdicional pela ilusão da política, às vezes doce, às vezes amarga e tão cruel. Faltou-lhe na verdade bons conselheiros, infelizmente. Ele tem frequentado cada vez mais a mídia, dando entrevistas e escrevendo artigos envolvendo as relações da justiça com a política. Não sei onde isso vai desaguar, mas ele não é do ramo, não leva jeito, sem embocadura, falta-lhe os predicados que a sinuosa carreira política exige.

‘ CATARINENSE’: O perfil deste povo é admirável, referência em vários segmentos sociais e econômicos. Um exemplo: A primeira geladeira produzida no Brasil foi a Consul (1947) em Brusque, numa modesta fabrica de anzóis, garfos e facas por Rudolfo Szutzer, um autodidata que conhecera o produto em Porto Alegre. De 1947 a 1950 ele fabricou 30 geladeiras a querosene. Mas Wittich Fretag (dono de rede de lojas) propôs a sociedade e a mudança da empresa para Joinville, inaugurada em 15/07/1950; há 70 anos, portanto. A marca Consul foi homenagem ao consul Carlos Renaux incentivador do projeto e que emprestou dinheiro à Rudolfo para montar a fabrica em sociedade.

ELE MUDARÁ?: Primeiro foi o 1º ministro britânico Boris Johnson que reviu seus conceitos sobre o Covid 19 e adotou o lema de Thomas Jefferson (‘O preço da liberdade é a eterna vigilância’). Agora, presume-se que a bola da vez deva ser o presidente Bolsonaro após o susto do resultado positivo. Nada contra ele continuar sendo aquele garoto propaganda da hidroxicloroquina, mas espera-se que ele mude de postura e discurso neste momento de medo e tensão. E que se ele se cure o mais rápido possível.

‘TIO TRUTS’: Pela tradição na vida pública quem levar em conta o que disse na campanha acabará ficando só. Pelas notícias, o deputado Loester C. Souza compactua com a tese. A Câmara é generosa; basta justificar os gastos com notas. Embora ela tenha advogados e técnicos, o deputado gastou até aqui mais de R$345 mil com assessorias. O que pensam os 56.339 eleitores que acreditaram no seu discurso? Isso sem contar o incrível episódio do atentado que ele teria sofrido há meses, sua postura na presidência do PSL da capital e de ter chamado os deputados estaduais de ‘bundas moles’.

‘DOURADOS’: O nicho dos indecisos aumentou de 32,00% na pesquisa de maio para 42,40% nesta última após Marçal Filho desistir. Como decidirá a maioria dos indecisos e que não responderam? No painel-2 de entrevista estimulada com apenas 3 nomes: Barbosinha tinha 17,40% na pesquisa anterior, foi para 31,00%; Renato Câmara avançou de 8,80 para 14,20%; Délia Razuk saltou de 11,60% para 12,40%. Valdenir Machado só anunciou sua pré-candidatura após as pesquisas. Amostra realizada pela Ranking Comunicação & Pesquisa, entre 01 e 04 de julho; entrevistadas 500 pessoas, registro MS 06028/2020.Margem de erro, 4,4% para mais ou para menos.

MANCADAS: Segundo os especialistas do direito aquela oferta da Lava Jato de R$500 milhões ao Governo para combater o Covid-19 noticiada no Jornal Nacional da Globo não procede. Não tem respaldo legal! Primeiro - porque a Juíza Federal Gabriel Hardt não integra a Força Tarefa; segundo - porque os acordos das empresas envolvidas foram apenas com o Ministério Público; terceiro - porque a Juíza não tem competência para decidir onde a grana roubada da União deva ser aplicada. Portanto, esqueçam a notícia.

AGORA VAI? Cabides onde os protegidos de políticos ocupam cargos de diretoria, ganhando muito e proporcionando facilidades (leia-se negociatas), podem estar perto do fim. O Banco do Brasil, Correios e Eletrobrás à caminho da privatização; viáveis na iniciativa particular. Lembra do discurso do falso nacionalismo na privatização da CSN (Cia Siderúrgica Nacional), da Vale, Telefônicas e Embraer? Foi um ‘xororô’’ danado com o fim das ‘boquinhas’. Mas o Governo não aguenta mais injetar milhões nestas empresas, com o dinheiro saindo pelo ralo e com o contribuinte pagando a conta.

DO LEITOR: “A internet sem controle ou restrição na democracia funciona como uma espécie de megafone na mão de cada cidadão para também denunciar atos abusivos dos governantes e de muitos poderosos . Claro, à esses, interessam a censura mascarada restringindo a liberdade de expressão. Nunca é demais dizer que já existe legislação penal para castigar quem atravessa o sinal com a pornografia, injúria, difamação, calunia, apologia ao crime e afins.” Não há puritanismo nessa pretensão do STF.

SEM MÁSCARA! Os reais objetivos do movimento ‘Vidas Negras Importam’ (Black Lives Matter), segundo os jornalistas Andrew Olivastro e Mike Gonzales do ‘Daily Signal’ são diferentes do que parecem. Não é esse apelo de garantir o direito a vida e a busca da felicidade para todos os americanos. Na verdade, por trás daqueles cartazes e das manifestações de ruas que temos visto, existem os interesses de organizações raciais radicais comandadas por marxistas que pretendem remodelar os Estados Unidos. Assim a esquerda usa a raça negra contra a agenda americana. E aí, Donald Trump reagiu!

MUITO BOM! Quem conhece a região sabe de seu potencial e que asfaltamento da rodovia MS 306 - Paraíso das Águas a Costa Rica (60 kms) - terá impacto positivo no agronegócio presente pela soja, milho, algodão, girassol, sorgo, cana de açúcar, laticínio e pecuária seletiva. O Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) resgata compromisso ao prefeito de Paraíso, Ivan da Cruz Pereira (DEM) ao assinar contrato para execução de projeto da obra que foi publicado no Diário Oficial na edição do último dia 7.

LULA & BRIZOLA: Após o 1º turno das eleições presidenciais em 1989,Lula esteve no apartamento de Brizola em Copacabana para pedir-lhe apoio no 2º turno contra Collor. Brizolla propôs que Lula renunciasse à candidatura e que ambos lançassem Mário Covas para enfrentar Collor de Mello. O candidato petista disse não a proposta e foi derrotado nas urnas. Para os observadores ,Covas pelo seu estilo, agregaria parte dos eleitores que não votariam em Lula de jeito nenhum. Mas agora é tarde. Passou.

EXPECTATIVA: Como se comportará o consumidor após a pandemia? Continuará comprando com faz hoje? Selecionará certos tipos de comércio? Continuará comprando para receber os produtos em casa? Voltará às grandes redes de supermercados? Dará preferência ao comércio próximo de sua casa? As famílias vão admitir que precisam programar reserva financeira para atravessar período difícil como esse? Ó comercio precisa trabalhar com essas questões e para tal precisa pesquisar junto ao consumidor.

FIQUE EM CASA. DEPOIS CHORAR NÃO RESOLVE!