Publicado em 23/07/2025 às 09:35, Atualizado em 22/07/2025 às 20:38

Agravamento de estiagem e tempo seco leva MS a proibir queima controlada

Medida foi definida devido ao cenário climático que favorece a ocorrência de incêndios florestais; há municípios sem chuva há mais de 40 dias

Redação,
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Foto - Divulgação Imasul

O Governo de Mato Grosso do Sul vai publicar uma portaria suspendendo a queima controlada no Estado, como medida preventiva diante do agravamento das condições climáticas de seca e altas temperaturas.

Ainda não foi divulgado quando será publicada a portaria, mas a decisão da proibição da queima controlada foi reforçada nessa terça-feira (22), durante reunião ordinária do Centro Integrado de Coordenação Estadual (Cicoe), realizada na sala de crise da Polícia Militar.

Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a medida foi motivada pelo avanço da estiagem, especialmente nos municípios da região norte do Estado, e por projeções que indicam um trimestre ainda mais seco e quente entre agosto e outubro.

O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, ressaltou que essa combinação climática exige ações para conter o risco de incêndios florestais.

“Estamos vivendo o período de início de seca, com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas previstas para os próximos meses. Diante desse cenário, o Cicoe decidiu pela suspensão da queima controlada em todo o Estado”, afirmou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.

A queima controlada é o uso planejado e autorizado do fogo em áreas específicas, com objetivo de prevenir incêndios florestais maiores e controlar a biomassa acumulada.

É uma técnica utilizada em atividades agropastoris ou florestais, com acompanhamento técnico e dentro de limites predefinidos, visando reduzir o risco de incêndios acidentais ou criminosos.

Estiagem

Na reunião, a coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), Valesca Fernandes, apresentou o panorama climático do Estado, que indica que, houve redução de 54,2% nos focos de incêndio florestais em relação ao mesmo período de 2024, mas apontam alerta de agravamento da seca em vários municípios.

O acumulado de chuvas previsto para o trimestre de agosto a outubro, segundo séries históricas de 30 anos, será abaixo do esperado.

“Com esses dados, identificamos que a maioria dos municípios encontra-se em nível de alerta, e alguns já em nível de alerta alto, especialmente nas regiões norte e nordeste”, alertou a meteorologista.

Ainda conforme dados do Cemtec, há municípios do Estado com mais de 40 sem chuvas significativas.

Em Corumbá e Porto Murtinho, municípios da região do Pantanal, não chove há 43 dias. Em Campo Grande, são 28 dias sem registro de chuva.