Buscar

05/01/2020 às 11:00, Atualizado em 04/01/2020 às 22:45

Ação pede que Supremo proíba abate de animais apreendidos

Em MS, canários e gado foram sacrificados ano passado.

O PROS ajuizou no Supremo a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 640, em que tem por objeto dispositivos da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) e Decreto 6.514/2008 relativos à destinação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos apreendidos em decorrência de abuso e maus tratos. A legenda pede que o Supremo 'exclua qualquer interpretação da lei e do decreto que autorize o abate desses animais, a fim de resguardar o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e à proteção da fauna e da flora'.

Em Mato Grosso do Sul, no ano passado, 160 canários-peruanos apreendidos com uma comerciante de 33 anos, traficados da Bolívia, foram sacrificados pela Polícia Militar Ambiental (PMA) em maio por conta do risco sanitário.

O canário-peruano não faz parte da fauna brasileira e Mato Grosso do Sul é rota do tráfico das aves. De acordo com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), por entrar no País ilegalmente, os canários não tinham documentação sanitária obrigatória, o que coloca em risco a fauna, avicultura e, consequentemente, a economia do Estado.

Nestes casos, em que não é possível saber a origem dos animais que vem de fora do território brasileiro e sem a documentação obrigatória, para não colocar o País em risco, o sacrifício é a medida determinada pelas legislações estadual e federal.

Já em outubro, 270 cabeças de gado que foram abandonadas sem pastagem pelo dono também passaram pela mesma situação. Segundo informou o Iagro na época, a agência não tem no plano recursos ou como comprar ração para os animais e, além disso, rebanho não foi vacinado contra a febre aftosa e não é permitido o transporte sem a vacina, ao mesmo tempo que eles muito desnutridos para receberem a dose, cabendo ao Iagro o sacrifício.

Na ação, o O PROS sustenta que a administração pública tem recorrido ao sacrifício dos animais 'sem maiores constrangimentos, falhando fatalmente na proteção que, nos termos da Constituição, deveria exercer'. "Em nenhuma hipótese a lei permite o abate ou o sacrifício dos animais, mas, ao contrário, zela por sua integridade e proteção", ressalta o partido na ação perante o Supremo.

A ação traz pedido de concessão de liminar para evitar 'medidas ou atos inconstitucionais' que possam resultar no abate dos animais.

Com informações do Correio do Estado

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.