Publicado em 07/03/2018 às 07:25, Atualizado em 07/03/2018 às 00:28

PSG perde do Real Madrid e falha de novo na tentativa de ser grande

O sonho fez o clube investir quase R$ 1,5 bilhão para trazer os dois carrascos da última temporada europeia.

Redação,
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Divulgação

O Paris Saint-Germain fracassou pela sexta vez na tentativa de se tornar um clube grande desde que virou um dos mais ricos da Europa. Sem Neymar, que só voltará a jogar próximo à Copa do Mundo, em junho, a equipe francesa perdeu por 2 a 1 para o Real Madrid, nesta terça (6), no estádio Parque dos Príncipes, e foi eliminada nas oitavas de final da Liga dos Campeões.

A conquista do inédito título europeu é o que motiva os investimentos feitos pelo presidente Nasser Al-Khelaïfi desde que um fundo de investimentos ligado à família real do Qatar comprou o PSG em 2011.

O sonho fez o clube investir quase R$ 1,5 bilhão para trazer os dois carrascos da última temporada europeia. O primeiro a ser comprado foi Neymar, que comandou a goleada por 6 a 1 do Barcelona que também eliminou o PSG nas oitavas de final da Liga dos Campeões. Depois veio Mbappé, destaque do Monaco que interrompeu a sequência de quatro títulos nacionais do PSG em 2017.

"Construímos um projeto muito ambicioso e que já nos levou ao nível mais alto do futebol nacional e europeu. Estou convencido de que chegaremos ainda mais perto da realização dos nossos maiores sonhos", disse Al-Khelaïfi, assim que o PSG oficializou a contratação de Neymar, ao se referir a uma conquista europeia.

A injeção da fortuna oriunda do petróleo qatariano deu a impressão de que o PSG alcançaria um novo patamar. A chegada do sueco Zlatan Ibrahimovic, a principal estrela contratada para 2012/2013, fez o time retornar às quartas de final da Liga dos Campeões naquela temporada. E só.

Desde então, virou rotina o PSG estar entre os times que mais gastam no início da temporada. Assim como se repete a queda do time francês para clubes de maior tradição no futebol europeu. Além do Real Madrid, o Chelsea e o Barcelona (três vezes) interromperam o sonho do PSG.

Na edição 2015/2016, foi a vez do Manchester City tirar o PSG nas quartas de final. O clube inglês é outro que tenta há anos converter o aporte financeiro de Khaldoon Al Mubarak, dos Emirados Árabes Unidos, em um título europeu.

Os fracassos recentes de PSG e City são parte de uma conta ainda mais abrangente. Só Olympique de Marseille, Borussia Dortmund e Chelsea conseguiram entrar no clube restrito de donos do troféu mais cobiçado da Europa desde que a competição ganhou o nome de Liga dos Campeões, na edição 1992/1993. Todos os outros 22 campeões desde então foram equipes que já tinham vencido o torneio antes.

NA AUSÊNCIA DE NEYMAR

O desfalque de Neymar prejudicou o ataque do PSG contra o Real Madrid. Não que o brasileiro tivesse feito a diferença na derrota por 3 a 1 no jogo de ida, no Santiago Bernabéu. A escalação do argentino Di María -única opção disponível para o técnico Unai Emery- teve resultado nulo.

Di María, inclusive, vinha se destacando nas partidas disputadas nos torneios franceses. Anotou 16 gols nos 29 jogos que disputou pelo Campeonato Francês, Copa da França e Taça da Liga.

Resta ao PSG a disputa destes três títulos, nos quais é favorito. Só no Nacional são 14 pontos de diferença para o vice-líder Monaco -a dez rodadas do fim.

O primeiro gol do Real Madrid saiu logo no início do segundo tempo. Cristiano Ronaldo, que já havia marcado dois gols na partida de ida, recebeu um cruzamento da esquerda e cabeceou sem chances de defesa para o goleiro. O uruguaio Cavani, de joelho, empatou para o PSG minutos depois.

Casemiro, no entanto, garantiu a vitória ao time espanhol. Ele chutou a bola da entrada da área e contou com um desvio em Thiago Silva para recolocar o Real Madrid à frente no placar.

Para Neymar, uma atuação de destaque na Rússia e o título da Copa do Mundo são as únicas alternativas para superar Cristiano Ronaldo e Lionel Messi na corrida pelo prêmio de melhor jogador do mundo. Sair da sombra de Messi foi o que motivou o brasileiro a ir ao PSG, mas o atacante parece não ter contado com a falta de protagonismo do clube francês na Europa.