Publicado em 11/12/2015 às 08:02, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
Nova Notícias - Todo mundo lê
Em prisão domiciliar nos EUA acusado de receber propinas, José Maria Marin renunciou, de fato, à vice-presidência da CBF através de uma carta enviada em novembro ao então presidente da entidade, Marco Polo Del Nero. O documento foi confirmado por fonte ligada ao Marin assim como por dirigentes da entidade. Mas o original ainda não está com a confederação.
Há dois problemas na carta feita por Marin: 1) ele estava proibido de se dirigir a qualquer cartola da CBF ou à própria entidade neste período; 2) federações do Nordeste questionam como a entidade pode ter marcado uma eleição para substituí-lo sem ter recebido o documento original.
Pelo que o blog apurou, a carta de Marin é assinada no dia 27 de novembro e dirigida ao presidente da CBF. Em 6 de novembro, o dirigente assinou um acordo com a Justiça norte-americana. O documento diz o seguinte:
O acusado não pode diretamente ou indiretamente se associar ou ter contato com acusados ou qualquer empregado ou associado com as seguintes entidades ( ) (III) Conmebol ou qualquer afiliada ou empresa constituinte (isso inclui a CBF), afirmou o documento de finança. Se descomprido, ele pode ir para a prisão.
A interlocutores, Marin disse estar tranquilo porque, na carta, estaria rompendo os vínculos com a CBF, o que mostraria sua intenção de se concentrar na sua defesa. Por isso, não estaria afetando o acordo. É o entendimento de sua defesa. Mas a carta favorece um ex-aliado de Del Nero no esquema revelado pelo FBI.
Por enquanto, só existe uma cópia do documento no Brasil. Nesta quinta-feira, o presidente interino da CBF, Marcus Vicente, disse que ainda espera receber o original quando questionado por federações nordestinas.
Até agora não protocolaram essa carta. Se ela ainda não chegou e não foi protocolada, como podem já ter marcado a nova eleição para o dia 16?, questionou o presidente da Federação Bahiana, Ednaldo Rodrigues, que ainda lembrou da proibição de Marin falar com a CBF. Tem um trâmite. Não pode fazer isso antes.
O vice-presidente da Região Nordeste, Gustavo Feijó, adotou o mesmo discurso: Se tem uma renúncia, por que não protocolaram? Qual a data da renúncia? Veio por carta? Esqueceram de protocolar a carta?, afirmou Feijó. Eles ainda esperam uma explicação oficial da confederação.
Procurada, a assessoria da CBF afirmou que não comentaria o caso.