Publicado em 26/06/2015 às 18:33, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

PMDB não indica membros e CPI do Futebol no Senado é adiada novamente

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, UOL

A CPI do Futebol no Senado Federal voltou a sofrer novo adiamento. A previsão de iniciar os trabalhos nesta sexta-feira caiu por terra por falta de consenso no PMDB para indicação de seu representante. É a segunda vez, em um prazo de uma semana, que a comissão tem seu início postergado.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) prometeu ao senador Romário (PSB-RJ), autor do requerimento de criação da CPI, que os trabalhos serão iniciados na próxima quarta-feira, 1º de julho. Assim, a CPI completará aniversário de um mês engavetada.

A primeira previsão era de que a reunião com todos os membros seria em 15 de junho - duas semanas após ser protocolado o pedido para abertura da CPI. Mas, até então, nenhuma bancada havia designado seus parlamentares. A instalação foi adiada para esta sexta-feira, 26. O que não ocorreu em razão da demora do PMDB em indicar seus dois representantes.

A CPI terá sete membros titulares. Os senadores Humberto Costa (PT-PE), Zezé Perrela (PDT-MG), Álvaro Dias (PSDB-PR), Fernando Collor (PTB-AL), além de Romário, já estão confirmados. O PMDB tem direito a duas vagas por ser do bloco da maioria e ainda pode decidir se fica com a relatoria ou presidência da CPI.

Disputa pela relatoria

Mas no Congresso Nacional há uma regra não escrita segundo a qual o autor do requerimento pode assumir a relatoria, se assim lhe convém. Romário já repetiu que quer tal posto. Mas o PMDB, nesta semana, também avisou que tem interesse nesta posição.

Em termos de importância, o relator consegue produzir mais que o presidente de uma CPI. Porque ao presidente, compete a direção dos trabalhos e a representação da comissão em suas relações externas ao Congresso. A condução dos atos de investigação mantém-se sob controle do relator.

Romário conta com o apoio do PT para ficar com a relatoria. O petista Humberto Costa e o pemedebista Eunício Oliveira (CE), líder do partido no Senado, devem se encontrar para articular a composição da mesa diretora. O PMDB defende que há diversos parlamentares da sigla interessados na relatoria.

Ligação PMDB - CBF

A CBF tem um relacionamento muito próximo com o PMDB do Senado. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) já manteve empregado em seu gabinete o atual diretor de assuntos legislativos da CBF, Vandenbergue Machado. Na época em que Renan foi ministro da Justiça, durante o governo Collor, Machado compunha a equipe ministerial em contato direto com o hoje presidente do Senado.

Ele é funcionário efetivo do Senado, seu nome foi citado com frequência quando da CPI da CBF, em 2001, e marca presença em toda e qualquer sessão cujo tema é futebol ou algum outro assunto relacionado. Foi ele quem escoltou Marco Polo Del Nero até o carro, do lado de fora da Câmara, após prestar depoimento na Comissão de Esporte, no início do mês, por mais de cinco horas.

O jornal "Correio Braziliense" publicou, em sua edição de quarta-feira, 24, um flagrante de Vandenbergue ao telefone em que dizia nos corredores do Senado: "A CPI é nosso maior problema agora".

Familia Sarney

O PMDB no Senado ainda conta com Jader Barbalho (PA), que tinha proximidade com José Maria Marin, a quem já pediu para interceder pelo Remo, tradicional clube de Belém. E a legenda também conta com o maranhense João Alberto. O senador é mais um dos apadrinhados da família Sarney. Foi com o apoio do ex-presidente José Sarney que ele tornou-se governador do Maranhão, entre 1990 e 1991, também foi deputado federal pelo Estado. Nas eleições de 2006, era candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Roseana Sarney, que acabou derrotada nas urnas.

Mantém ligação estreita com Fernando, o segundo dos três filhos de José Sarney. Fernando é vice-presidente da CBF, aliado a Marco Polo Del Nero, diretamente interessado no andamento das investigações sobre a confederação. João Alberto foi cotado para presidir a CPI antes de o PMDB anunciar publicamente o interesse na relatoria.