Publicado em 01/08/2017 às 14:32, Atualizado em 01/08/2017 às 13:08

Pênaltis e impedimentos lideram erros de arbitragem, segundo CBF

Redação,

Erros em lances de pênaltis e de impedimentos respondem por 75% dos equívocos registrados pelas equipes de arbitragem nas 16 primeiras rodadas do Brasileiro.

Levantamento feita pela reportagem com base nos dados oficiais divulgados pela CBF mostra um total de 32 erros cometidos pelos sextetos de arbitragem durante os jogos, média de dois por rodada.

O gol anulado do Corinthians no empate de domingo (29) em 1 a 1 com o Flamengo em Itaquera, ainda não está listado oficialmente pela CBF, o que deve ocorrer nesta terça-feira (1º) depois do complemento da rodada.

Nesta segunda (31), porém, a entidade decidiu já afastar o assistente Pablo Almeida da Costa. Ele marcou um impedimento inexistente de Jô (leia texto ao lado).

No total, metade dos 32 erros, segundo a equipe de análise de rendimento dos árbitros da CBF, que trabalha tanto no campo de jogo quanto pela televisão, é causada pela interpretação errada de faltas dentro da área.

Os relatórios da CBF afirmam que houve equívoco em 16 lances de penalidades máximas. Neste universo, em 13 jogadas os árbitros ou seus assistentes deixaram de marcar o pênalti.

Em outros dois lances, houve a marcação de pênaltis inexistentes. Em um único caso, apesar de a falta ter ocorrido dentro da área, o árbitro acabou marcando fora.

Outros 25% são erros relacionados a impedimentos. Há também a anotação de erros sobre o mal uso dos cartões -nos dois casos em vez do amarelo o analista defendeu a aplicação do vermelho- e mais seis sobre a marcação de faltas fora da área, durante o transcorrer do jogo.

"O grande problema que a arbitragem enfrenta hoje é que treinamos dentro de campo. Não adianta só afastar o assistente e deixar ele fora da rodada. Teria que haver um aperfeiçoamento, um treinamento específico para que possa melhorar o seu nível", afirma Marco Antônio Martins, 50, presidente da Anaf (Associação Nacional de Árbitros de Futebol).

De acordo com o ex-árbitro, a profissionalização da carreira ajudaria a minimizar o problema.

"O jogador de futebol tem tudo, de psicólogo a nutricionista, e o árbitro não. O árbitro de futebol, que acaba treinando durante o jogo, é o mais importante do espetáculo. Não que os erros vão acabar com a profissionalização. Os erros são inerentes ao ser humano. Mas tenho certeza de que os erros diminuíram bastante", diz Martins.

CONTRA OU A FAVOR

A varredura feita nos 32 erros apontados pela CBF mostra que os problemas, seja contra ou a favor de determinada equipe, envolveram principalmente sete equipes.

A lista indica que os mais beneficiados (veja quadro acima) são Botafogo, Cruzeiro, Corinthians e Santos.

Nenhum outro time do Brasileiro teve mais de duas ocorrências a favor dele em jogos realizados até a 16ª rodada.

Os times mais prejudicados, pelo mesmo critério, são: Botafogo, Sport, Vitória e Chapecoense, todos com mais de duas ocorrências.

O termo beneficiado ou prejudicado, nestes casos, tem a ver com o lance em si.

Pela dinâmica do futebol, muitas vezes o resultado final do placar pode ser outro, apesar de os erros de arbitragem terem ocorrido.

No caso específico do líder Corinthians, prejudicado com o gol anulado na partida contra o Flamengo, existe mais um caso semelhante, que também prejudicou o time alvinegro. Na partida contra o Coritiba, no Paraná, Jô marcou após receber a bola em posição legal, mas a arbitragem impugnou o lance alegando impedimento.

Por outro lado, o Corinthians teve três lances a seu favor, segundo a CBF. Na estreia contra a Chapecoense e também contra o Cruzeiro, ambos em Itaquera, houve um pênalti não marcado para cada um dos adversários.

Contra o Botafogo, em casa, o time teve um pênalti a favor. Mas, segundo os analistas da CBF, a falta ocorreu fora da área. Jô bateu para defesa de Gatito Fernández.

"Usar toda a tecnologia para analisar o árbitro, sem dar as mesmas ferramentas para ele é covardia. Todo jogo vai ter erro", afirma Martins.

Fonte  Folhapress