Publicado em 14/08/2016 às 14:31, Atualizado em 14/08/2016 às 11:57

Michael Phelps se despede das piscinas com ouro e aplausos

Phelps, maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos, liderou sua equipe na despedida

Redação,

Michael Phelps queria apenas voltar a nadar e ter certeza de que diria adeus sem arrependimentos, sem fantasmas e dúvidas para lhe assombrar. Acabou fazendo muito mais. Por si, pelos EUA e pela natação.

O norte-americano liderou a equipe de seu país na conquista do título simbólico da competição do Estádio Aquático. Foram 33 medalhas (16 ouros, nove pratas e oito bronzes).

A Austrália, que chegou ao Rio com uma nova geração forte, ganhou apenas dez (três ouros, quatro pratas e três bronzes). A Hungria surgiu na terceira posição graças ao fenômeno Katinka Hosszu, 27, que levou três ouros e uma prata.

Phelps, maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos, liderou sua equipe na despedida. Conquistou seis medalhas no Rio, cinco douradas. Na carreira, subiu 28 vezes no pódios, 23 delas para pendurar o ouro no pescoço.

Em 16 dessas jornadas esteve sozinho. Na Olimpíada brasileira, tornou-se também o atleta com o maior número de conquistas individuais. Na despedida, no entanto, contou com a ajuda dos companheiros.

Quando a equipe do 4 x 100 m medley dos EUA foi anunciada, a arena explodiu em gritos. Eram para ele. Só não foram mais altos do que os dirigidos ao Brasil, que terminou em sexto lugar.

Ryan Murphy, 21, abriu a prova. O norte-americano, ouro nos 100 m costas, é um dos jovens com 21 anos ou menos que conquistaram quase metade dos pódios das provas individuais no Rio.

Uma nova geração com nomes como Katie Ledecky, 19 anos e cinco medalhas olímpicas, e Joseph Schooling, 21, o único a derrotar Phelps no Rio, nos 100 m borboleta. Atletas que guardam até hoje fotos que tiraram com o ídolo quando eram crianças. Campeões inspirados por ele.

Murphy quebrou o recorde mundial dos 100 m costas na abertura do revezamento: 51s85. No total, foram oito melhores marcas do mundo e 23 olímpicas superadas na piscina carioca. Em Londres-2009, haviam sido nove.

Phelps recebeu a prova de Cody Miller e entregou para Nathan Adrian, que só perdeu a corrida contra a linha do recorde mundial, mas melhorou a marca olímpica: 3min27s95. A Grã-Bretanha ficou com a prata, e a Austrália, com o bronze.

Phelps esperava o companheiro chegar com as mãos apoiadas no joelho, olhando para a frente e um quase sorriso no rosto. Ao ver a vitória sacramentada, ergueu as mãos para o alto e comemorou com o time. Sozinho, antes de sair da área da piscina, acenou para o público e ouviu seu nome ser gritado na arena. Estava aposentado.

O público esperou mais de 40 minutos para, enfim, assistir à premiação do maior atleta olímpico de todos os tempos. Muita gente foi embora. Quem ficou pôde aplaudir Phelps no pódio pela última vez. Os norte-americanos abriram um cartaz com "Thank you, Rio" (Obrigado, Rio). Mas quem agradecia eram os torcedores.

Fonte - FolhaPress