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26/09/2019 às 10:32, Atualizado em 26/09/2019 às 00:13

Judoca Rafaela Silva perde ouro do Pan após ser pega no antidoping

Além de Rafaela Silva, no documento divulgado pela Panam Sports Organization há outros 14 casos, sendo que sete processos já foram concluídos.

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Foto - reprodução Reuters

Pega em um exame antidoping realizado no dia 9 de agosto deste ano, a judoca Rafaela Silva perdeu a medalha de ouro conquistada na categoria -57kg no Pan de Lima. A informação foi passada pela Federação Internacional de Judô (IJF) e, em seguida, confirmada pela Panam Sports, a entidade que organiza os Jogos Pan-Americanos, em um documento relatando todos os casos positivos da competição.

O teste foi feito no dia em que a atleta de 27 anos subiu ao topo do pódio e apontou a presença da substância fenoterol, um ativo que tem efeito broncodilatador e costuma ser usado em tratamento de doenças respiratórias, como a asma.

Além de Rafaela Silva, no documento divulgado pela Panam Sports Organization há outros 14 casos, sendo que sete processos já foram concluídos. Um deles é do brasileiro Kacio Fonseca, pego com a substância LGD - 4033. Sua participação no Pan de Lima foi revogada, e o Brasil perdeu a medalha de bronze conquistada na disputa por equipes do ciclismo de pista.

A Federação Internacional de Judô (IJF) explicou que, "como a análise foi positiva, o resultado dos Jogos Pan-Americanos será cancelado, assim como qualquer outro resultado conquistado após a data da retirada da amostra, a não ser que a Justiça demande o contrário". Esse fato foi confirmado pelo documento da Panam Sports Organisation.

Ainda não é possível precisar, contudo, se Rafa vai perder o bronze conquistado no Mundial de Judô de Tóquio, já que ela realizou outro exame antidoping no Japão que deu negativo. Será preciso aguardar o andamento do processo na IJF para saber se isso ocorrerá. A reportagem do GloboEsporte.com procurou o advogado Bichara Neto, que representa Rafaela Silva, e não pôde obter mais explicações pois ele se encontra em um julgamento.

A entidade máxima da arte marcial acrescentou ainda que há três cenários possíveis:

- Se ela provar que não teve culpa na contaminação, não será suspensa;

- Se ela provar que o uso não foi intencional, a suspensão prevista é de dois anos;

- Se ela não conseguir provar que o uso não foi intencional, a suspensão é de quatro anos.

No parecer da IJF, eles detalham que uma amostra foi tirada nos Jogos Pan-Americanos no início de agosto e que ela foi analisada de acordo com os procedimentos regulares. O primeiro resultado chegou semanas depois. O caso, no momento, está sob os cuidados da Panam Sports Organisation (PASO), que organiza o Pan. Quando a análise mostrou resultados anormais, o procedimento foi para determinar o que deu positivo no exame.

De acordo com a IJF, os primeiros passos foram para checar se havia uma Isenção de uso terapêutico (TUE); se existiu alguma aparente saída da "Norma Internacional para Testes e Investigações" ou da "Norma Internacional para Laboratórios" que causou a pesquisa analítica adversa. Como nenhum desses dois fatores foi confirmado, a atleta foi informada e uma amostra B foi oferecida para análise. Nesse meio tempo, a Federação Internacional de Judô foi informada do caso.

Segundo o Código e as regras de antidoping da IJF, apesar de ter sido informada oficialmente do resultado analítico positivo na amostra A, a jurisdição da Federação Internacional de Judô só poderia começar após receber a decisão final da Panam Sports Organisation (PASO). Depois da primeira notificação, a IJF recebeu a informação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) de que a atleta pediu a análise da amostra B, e que a judoca solicitou uma audiência com a PASO.

Depois da análise das duas amostras, A e B, e da falta de uma Isenção para Uso Terapêutico, a IJF foi informada que o caso foi considerado positivo. Em breve, a entidade máxima do judô vai notificar a atleta sobre os procedimentos e solicitar o detalhamento de como a substância entrou em seu corpo e, além disso, de acordo com a natureza da substância, oferecer uma suspensão provisória voluntária.

A Panam divulgou que foram feitos 1843 testes de urina, sendo 1348 em competição e 495 fora de competição. Dessas amostras, foram 15 resultados analíticos adversos, sendo que sete casos já foram concluídos pela entidade, com atletas perdendo medalhas e performances sendo desconsideradas ou removidas. Audiências foram marcadas para cinco casos para os dias 3 e 4 de outubro, enquanto em três situações as amostras B ainda serão analisadas. Em um dos casos já concluídos, o atleta fez uma apelação para sua desqualificação na Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Confira os casos concluídos até agora:

Beisebol

- Audry Joel Perez (República Dominicana) - Beisebol - Flagrado com a substância Oxandrolone. Não conquistou nenhuma medalha;

- Osvaldo Manuel Abreu (República Dominicana) - Beisebol - Flagrado com a substância clenbuterol. Não conquistou nenhuma medalha;

- Kacio Fonseca da Silva (Brasil) - Ciclismo - Flagrado com LGD - 4033. Perda de bronze por equipes no ciclismo de pista;

- Brian Cesar Paredes Vergara (Peru) - Beisebol - Flagrado com Boldenona. Não conquistou medalhas.

- Jean Francisco Pérez Faure (Porto Rico) - Boliche - Flagrado com Clortalidona. Perdeu a medalha de ouro.

- Rafaela Silva (Brasil) - Judô - Flagrada com Fenoterol. Perdeu a medalha de ouro.

- Narlyn Tathiana Mosquera Cordoba (Colômbia) - Basquete - Flagrada com oxandrolona e stanozolol. Não conquistou medalhas.

Fonte - Globo Esporte

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