Publicado em 05/02/2015 às 12:20, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, durante culto em Bauru (SP)
A Diocese de Bauru (340 km de São Paulo) recomendou novamente, nesta semana, que os fiéis da Igreja Católica não participem das missas comandadas pelo padre Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, excomungado no fim de 2014. No primeiro dos eventos, realizado em janeiro, pelo menos 800 pessoas, a maioria católicas, compareceram.
No comunicado, feito originalmente quando o religioso foi excomungado, a Diocese solicitou "aos fiéis para que não participem de possíveis atos de culto que forem celebrados pelo referido padre".
O documento ainda apontou que "o referido padre não pode mais celebrar nenhum sacramento ou sacramental da Igreja Católica e nem os receber e fica privado de quaisquer ofícios ou encargos na Igreja conforme o Código de Direito Canônico".
O aviso aos fieis ainda lembra que, "embora nenhuma pessoa seja obrigada a adotar a fé católica, quem o faz tem o compromisso de seguir os preceitos da igreja".
Para o padre Beto, no entanto, a ação da Diocese é "completamente natural".
"Sei que eles fizeram nova recomendação, e acho que a Diocese tem todo direito de orientar os seus fieis a deixarem de participar de uma missa que não é católica. Mas só espero que isso não vá além de uma recomendação", disse o religioso.
Segundo ele, o essencial é que as pessoas tenham o seu direito à fé respeitado.
"O que não pode acontecer é que se crie uma perseguição que afete o direito de as pessoas de exercerem sua opção religiosa", informou.
O padre Beto foi excomungado da Igreja Católica depois de postar uma série de mensagens e vídeos nas redes sociais onde critica posturas da instituição. O ex-padre defendeu, por exemplo, o casamento gay e a necessidade de mudança na estrutura da Igreja.
O processo contra ele foi finalizado em novembro de 2014.
Em janeiro, ele realizou a primeira "missa alternativa", evento que durou duas horas e teve a participação de 800 pessoas em um salão de Bauru especialmente alugado para receber o evento.
Uma segunda missa já foi realizada, com a presença de 1.200 pessoas, e a intenção é que o evento ocorra semanalmente, sempre aos domingos.
O religioso, no entanto, não usou nenhuma das liturgias católicas.
"A missa não tem vínculo com nenhuma instituição, eu não uso nenhuma das liturgias. É uma comunhão de pessoas para fazer o bem", disse.