Publicado em 19/08/2016 às 19:41, Atualizado em 19/08/2016 às 23:08

Formiga se despede da seleção e deixa recado: 'Não desistam da gente'

Redação,

Ela tem nada menos do que seis participações em Olimpíadas pelo Brasil. Pelo nome, você não deve conhecer, mas quando Miraildes Maciel Mota entra em campo ela se transforma em Formiga. Desde que o futebol feminino virou esporte olímpico, lá estava Formiga nos representando. A nossa guerreira volante da seleção brasileira deu adeus hoje aos campos, com um quarto lugar na Rio 2016.

Ela não ganhou a última medalha como tanto queria, mas deixou um recado não só para a torcida, mas principalmente para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). "Não é fácil, não era o que a gente queria. Só peço que não desistam da gente porque a gente nunca vai desisitr", disse em meio às lágrimas após a derrota do Brasil por 2 a 1 contra o Canadá.

O Brasil recém havia conquistado o tetra campeonato mundial no masculino, em 1994, e a nossa formiga já estava em campo. Em 1995, um ano depois, ela estreava com a amarelinha na Copa do Mundo da Suécia, com apenas 16 anos. Levava nas chuteiras o sonho de os brasileiros se orgulharem e reconhecerem o futebol feminino. Em 95, não deu. Caímos ainda na primeira fase.

Mas com um trabalho, literalmente, de formiguinha, a nossa volante foi a base de um trabalho vitorioso nos últimos 20 anos. Com seus 37 anos, o currículo tem seis Copas do Mundo e cinco Olimpíadas, com duas medalhas de prata no peito.

Formiga era a única mulher da família e nasceu pedindo bola, no subúrbio de Salvador, na Bahia. Foram gols e chutes escondidos da família, que não apoiava a pequena jogadora. Ëu apanhava algumas vezes. Não era nem por preconceito, mas acho que tinham medo que eu me machucasse. Quando eles me viam jogando, eu tinha que correr para casa e me esconder até a minha mãe chegar. Senão, eu apanhava pra caramba", contou a jogadora em uma entrevista para o Globo Esporte.

Nesta sexta-feira, há dois dias de acabar a primeira Olimpíada no Brasil, a nossa seleção perdeu a medalha de prata para o Canadá. Formiga saiu chorando de campo. Era o fim de sua carreira. O fim de uma era que vai deixar saudades em todos os brasileiros. Formiga é o exemplo de mulher que se empodera apesar de todas as adversidades.

Antes de os jogos começarem, a nossa volante havia dito ao UOL o que todos nós brasileiros queremos para o futebol feminino do Brasil. "Troco tudo que conquistei e o que posso conquistar pela implantação do profissionalismo no Brasil. Sem pensar um momento", afirmou. "Ëu não teria medalha, mas o Brasil ganharia muitas. Basta profissionalizar para que venha o ouro muitas vezes".

Fonte -HuffPost Brasil