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04/02/2018 às 14:34, Atualizado em 04/02/2018 às 10:52

Eleição de Andrés termina em confusão e briga no Corinthians

Membros de organizadas tentaram agredir novo mandatário.

Se o primeiro dia de mandato for um espelho de como serão os próximos três anos, Andrés Navarro Sanchez, 54, novo presidente do Corinthians, terá problemas.

O anúncio de sua vitória na eleição deste sábado (3), no Parque São Jorge, foi recebida com alegria pelos seus aliados, mas revoltou outros associados e integrantes de torcidas organizadas no clube.

Ameaçado de agressão e protegido por guarda-costas, ele teve de ficar 15 minutos fechado no banheiro feminino do ginásio, enquanto correligionários e opositores trocavam empurrões e ofensas.

Sanchez é pela segunda vez o presidente do clube. Ele já havia administrado a agremiação entre 2007 e 2011.

Ele teve 1.235 votos na eleição com maior número de candidatos da história corintiana (cinco). Em segundo lugar ficou Paulo Garcia, com 832 votos, seguido por Antonio Roque Citadini (803), Felipe Ezabella (461) e Romeu Tuma Júnior (278).

A reação ao anúncio do vencedor interrompeu entrevista coletiva que o novo mandatário concedia. Um copo cheio de cerveja foi atirado contra Sanchez, que não esboçou reação ao ouvir os gritos de adversários, especialmente integrantes de torcidas organizadas.

Sanchez só conseguiu sair do banheiro quando seguranças e integrantes de chapas que o apoiavam fizeram um cordão de isolamento. O presidente, com o rosto vermelho de suor, se mantinha calado e cabisbaixo enquanto caminhava com dificuldade por causa da multidão.

Quando saiu do ginásio, a situação ficou mais tensa porque os integrantes de organizadas e opositores o esperavam com xingamentos e empurrões. A polícia foi chamada e ajudou a fazer com que Sanchez fosse levado para o estacionamento do prédio administrativo, onde entrou em um carro e foi para casa.

O repórter Flavio Ortega, da ESPN Brasil, foi agredido por torcedores porque o câmera da emissora filmava o empurra-empurra.

A confusão indignou até integrantes do conselho deliberativo que não fazem parte da tropa de choque da Renovação e Transparência, grupo político do qual Andrés Sanchez é o maior líder.

O grupo político está no poder no Corinthians desde 2007, quando o próprio Sanchez foi eleito pela primeira vez. Depois disso, se manteve na presidência com Mario Gobbi e Roberto de Andrade.

A confusão após o anúncio do resultado contrastou com o clima tranquilo da eleição entre às 9h e às 17h. Andrés Sanchez trocava sorrisos e abraços até com adversários, como Paulo Garcia, dono da Kalunga e doador de suas campanhas políticas.

CHAPINHAS

A eleição de Sanchez (e o tumulto após o anúncio do vencedor) foi o ponto final de uma campanha como o Corinthians jamais viu por causa da criação das chapinhas. Cada grupo político poderia montar quadro com 25 candidatos ao conselho deliberativo e registrá-lo. Os oito mais votados seriam eleitos para preencher as 200 vagas no conselho.

Isso tornou a disputa por votos mais acirrada. Nas últimas eleições havia o chamado chapão, cada candidato a presidente montava uma lista de 200 nomes para o conselho e se fosse eleito, tornava todos conselheiros.

Sanchez era contra as chapinhas. Dizia que isso tornaria a eleição mais tumultuada. Por isso, adotou um discurso de união durante toda a campanha. Não funcionou.

Dois candidatos de oposição (Antonio Roque Citadini e Paulo Garcia) conseguiram chegar à eleição apenas graças a liminares na Justiça. Eles haviam sido impugnados pela comissão eleitoral do clube. Citadini por ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Garcia por compra de votos durante o período de anistia oferecido pela diretoria executiva aos sócios inadimplentes.

O próprio Sanchez é alvo de ação popular do candidato Romeu Tuma Júnior. Este afirma que o novo presidente não pode ocupar o cargo porque acumula a função de deputado.

Fonte - FolhaPress

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