Publicado em 21/07/2014 às 14:04, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Prestes a ser oficializado o treinador da Seleção nesta terça-feira no Rio de Janeiro, o técnico Dunga reassumirá o cargo deixado há quatro anos repleto de desafios. Adiantada pela Rádio Jovem Pan no último sábado, a escolha do treinador criou polêmica e devolverá ao time administrado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) uma série de questões de 2010.
Da relação tumultuada com a imprensa, especialmente com a TV Globo, ao fato de ter levado à Copa de 2010 a Seleção com maior média de idade da história, Dunga lidará com marcas do passado que aumentarão a cobrança no começo de seu trabalho.
Renovar a Seleção O coordenador técnico Gilmar Rinaldi já adiantou ao lado do coordenador da base Alexandre Gallo que a prioridade neste primeiro momento será a melhora da integração entre as diferentes categorias e no aproveitamento de jovens pensando na Olimpíada. Em seu trabalho até 2010 Dunga foi criticado especialmente por ter levado um time envelhecido ao Mundial, com um legado de apenas cinco jogadores um titular para 2014. Para 2018 o legado é incerto, mas pelo menos metade do grupo que jogou em 2014 irá se desfazer.
Construir uma relação menos conflituosa com a imprensa
A passagem de Dunga pela Seleção Brasileira ficou marcada pela relação tumultuada com a imprensa, especialmente depois de 2008 quando ficou ameaçado no cargo. O técnico passou a responder críticas com veemência e criou inimizades. Maior emissora do País, a Globo escancarou a relação conflituoso em meio à Copa do Mundo que teve como ápice insultos de Dunga ao repórter Alex Escobar em meio à entrevista coletiva pós-vitória contra o Chile nas oitavas. Em sua volta, o técnico testará as consequências deste passado na busca de um relacionamento menos beligerante.
Conciliar uma Eliminatórias complicada com o projeto olímpico A campanha sólida dos times sul-americanos na Copa do Mundo criou a expectativa de uma Eliminatórias complicada para um Brasil que deve ser formado por jogadores sem experiência na competição. Chile, Colômbia e Argentina iniciam o torneio em setembro de 2015 no mínimo em igualdade de forças com o Brasil na busca pelas vagas de 2014.
Ao mesmo tempo Dunga terá que conciliar o projeto olímpico para 2016, quando o Brasil tentará em casa conquistar o primeiro ouro no futebol. No ciclo para 2010 o treinador se complicou justamente neste momento, quando em 2008 teve uma sequência ruim nas Eliminatórias e fracassou em Pequim. Com o cargo ameaçado, conseguiu a reação em 2009, conquistando a Copa das Confederações e se classificando em primeiro da América do Sul para a Copa.
Resgatar um time em frangalhos A reta final da campanha brasileira na Copa do Mundo foi considerada um desastre. Mais do que a pane tão falada por Luiz Felipe Scolari, as derrotas por 7 a 1 para a Alemanha e por 3 a 0 para a Holanda mostraram um time em frangalhos, tanto na parte técnica e tática como emocionalmente. A base daquele time deve ser mantida em um primeiro momento e Dunga precisará resgatar psicologicamente o time e solucionar problemas mal resolvidos da Copa do Mundo.
Futebol bonito x Futebol de resultados O futebol pouco convincente durante toda a Copa do Mundo aumentou a pressão em cima de um jogo mais vistoso da Seleção. Antes dos 7 a 1 para a Alemanha, o jornal New York Times já havia decretado a morte do Jogo Bonito da Seleção. Dunga ficou marcado por um futebol pragmático em sua primeira passagem e será cobrado pelos críticos não só por resultados em sua volta.