Publicado em 11/12/2015 às 08:47, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Cruzeiro anuncia saída da Liga Sul - Minas, e Kalil estranha

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, BAND

O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, anunciou nesta quarta-feira que o clube não irá disputar a Liga Sul-Minas-Rio (Primeira Liga) em 2016. Gilvan, que era o presidente da Liga, alegou que a competição não era rentável para o clube para justificar a desistência.

“O Cruzeiro não vai mais disputar a Liga Sul-Minas-Rio. Ela não é viável para o Cruzeiro. Discordamos de coisas que aconteceram na última reunião. O torneio não vai ser rentável agora. O futebol brasileiro precisa fazer ligas para organizar campeonatos. E a CBF cuidar só da seleção”, afirmou nesta quinta-feira.

O anúncio pegou de surpresa o CEO da Liga, Alexandre Kalil. Em rápido contato com o Portal da Band, o ex-presidente do Atlético-MG disse que estranhou a decisão, já que o próprio Gilvan o havia convencido a seguir no projeto.

“Estranho muito. Na reunião realizada no Cruzeiro entrei para pedir demissão da Liga e o presidente do Cruzeiro me puxou pelo braço e me falou: ‘não peça demissão, nós temos um compromisso com o futebol brasileiro. Depois que o futebol brasileiro estiver organizado e a Liga estiver competindo você sai’. Estranho depois de ele ter feito este apelo agora ter saído”, destacou Kalil, que tentou deixar a Liga depois de uma polêmica envolvendo um de seus filhos, que é advogado e participou de uma das reuniões.

Com a saída do time celeste, a realização do torneio em 2016 passou a ser colocada em dúvida. De acordo com o estatuto do torcedor, a tabela da competição tem que ser divulgada 60 dias antes do início. A abertura estava marcada para o dia 27 de janeiro, mas uma nova tabela precisaria ser divulgada sem o Cruzeiro, o que já estaria fora do prazo.

Segundo Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha, há um "desentrosamento" entre os clubes e a Liga não deve acontecer em 2016.

"Participei só de uma reunião, mas deu pra ver que havia um desentrosamento entre eles. É preciso ter uma entidade forte por trás, que era pra ser a CBF. Uma administração só entre os clubes nunca vai dar certo. Os clubes são amiguinhos até a bola rolar, depois é cada um por si. Cada um puxa a brasa para o seu lado. Na minha opinião vai ter campeonato, pelo menos em 2016", afirmou.

Ainda de acordo com Novelletto, a divergência nos valores dificultou o andamento da organização da Liga: "Seria 80 milhões primeira edição e 200 milhões a partir da segunda. A proposta era dividir igualmente uma parte e a outra ficaria destinada à premiação, mas isso não foi aprovado por todos. Imagina o Flamengo dividindo com o Avaí?", questionou.