Joseph Blatter, presidente da Fifa, disse que, por ele, João Havelange não será mais o presidente de honra da Fifa. Em entrevista a um jornal suíço, o cartola ressaltou que a decisão não depende dele, mas que acha errado que ele continua com o cargo simbólico após ter sido pego recebendo propinas de uma antiga parceira da entidade.
Eu vou levar esse caso para ser analisado pelo Comitê no próximo Congresso, disse Blatter ao Blick. Quando perguntado sobre sua opinião pessoal, no entanto, o cartola foi mais duro. Ele tem de ir. Ele não pode continuar como presidente de honra depois desses incidentes, completou.
Na última semana, a justiça suíça divulgou o conteúdo do processo que investigou os casos de corrupção na Fifa nos anos 1990. Havelange e Teixeira receberam, ao todo, 21,94 milhões de francos suíços (R$ 45 milhões) de 1992 a 2000. Blatter, que foi secretário-geral da entidade na gestão do seu antecessor, falou sobre a útlima vez que encontrou o brasileiro.
"Foi em abril, ele estava quase morrendo. Ele tem 96 anos de idade. Eu disse que se ele se recuperasse, seria um milagre. E ele levantou novamente, mas ainda não está bem", disse Blatter, que disse não ter visto mais Ricardo Teixeira desde que ele renunciou à CBF e ao seu cargo na Fifa.
A entrevista ao jornal é a mesma em que ele voltou atrás sobre seu conhecimento a respeito dos casos de corrupção. No meio da semana, ele disse ao site da Fifa que sabia que Teixeira e Havelange recebiam comissões da ISL. Neste domingo, no entanto, recuou.
"Eu não sabia de nada até a falência da ISL. Foi a Fifa que reuniu os documentos e iniciou o processo. Quando eu disse que é difícil medir problemas do passado com os padrões de hoje, falei de forma geral. Para mim, suborno é inaceitável, e estou sendo acusado disso", resumiu Blatter.
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