Publicado em 12/10/2015 às 10:32, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Aproveitamento da seleção sem Neymar cai de 76% para 66%

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Extra

Ter Neymar é solução, porque não tê-lo pode ser um problema. A seleção brasileira que o diga, cambaleante sem seu principal jogador. Carente de referência, criatividade e poder de decisão na ausência do camisa 10, o time de Dunga está longe de passar confiança sem o craque do Barcelona em campo.

A derrota para o Chile, na estreia do Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na quinta-feira, serviu para mostrar em campo o que a frieza dos números já dizem há mais tempo. Desde que Neymar estreou pela seleção, em 2011, o desempenho dos pentacampeões se divide. Com o atacante, têm 76% de aproveitamento de pontos. Sem ele, a estatística cai para 66%

Em Santiago, a seleção teve problemas para concluir as jogadas, especialmente nos contra-ataques no segundo tempo. O poder de decisão que faltou contra o Chile aumenta com Neymar. Em média, são 2,2 gols por jogo com o craque em campo e 1,6 sem ele.

Imprescindível pela qualidade, o camisa 10 disputou 67 jogos pela seleção principal até o momento e ficou fora de apenas 11 partidas. O problema, de acordo com o ex-zagueiro Ricardo Rocha, é que o Brasil não tenta aprender a jogar sem ele:

- Não tem como não ser tão dependente do Neymar. A dependência foi criada em parte pela bola que o garoto joga, não tem jeito. Mas também por nós mesmos. A preocupação nos amistosos, para mim, tinha de ser o teste de jogadores. Neymar não precisaria jogar todos os jogos. Muito se fala do recorde de gols dele, mas seria bom observar alguns jogadores sem Neymar, especialmente contra seleções fortes.

Principal aposta de Dunga para a vaga do craque, suspenso pela expulsão na Copa América, Douglas Costa não brilhou na função, a despeito do ótimo início no Bayern de Munique. O desempenho reforça a sensação de que, realmente diferenciado, a seleção tem apenas o jogador do Barcelona. O ex-atacante Denilson, que jogou pelo Brasil de 1996 a 2003, concorda:

- Tínhamos na minha época a qualidade individual, que resolvia. Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo... Tínhamos jogadores especiais. Acho que o momento da seleção é de trabalhar mais o coletivo. Temos o Neymar, diferenciado, e outros bons jogadores. Esse grupo é muito calado, precisa falar mais em campo.