Publicado em 23/06/2015 às 06:54, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Paraguai afasta Amarilla após denúncia de complô contra o Corinthians

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, UOL

A Federação Paraguaia de Futebol afastou Carlos Amarilla de todos campeonatos organizados pela entidade. Em comunicado oficial apresentado nesta segunda-feira à tarde, a entidade que regula o futebol do Paraguai informou que o juiz ficará sem atividade até que seja apurada a veracidade do material revelado após escutas telefônicas. 

Uma das conversas exibidas pelo programa "La Cornisa de TV America" levantam suspeitas sobre a arbitragem de Amarilla, que prejudicou o Corinthians no duelo contra o Boca Juniors na Libertadores de 2013. Amarilla é paraguaio.

O gancho vale também para o assistente Rodney Aquino, que compôs o trio de arbitragem de Corinthians 1 x 1 Boca Juniors.

"Carlos Amarilla e Rodney Aquino deixarão de trabalhar nas partidas oficiais da APF [Associação Paraguaia de Futebol] até que sejam apurados os casos apresentados na mídia", diz trecho do comunicado da Federação Paraguaia.

O diálogo em questão envolve Julio Grondona, então presidente da AFA (Associação do Futebol Argentino), que morreu em 2014, e Abel Gnecco, representante argentino no comitê de árbitros da Conmebol, e se dá em 17 de maio de 2013, dois dias depois do Boca eliminar o Corinthians em pleno Pacaembu.

Na ocasião, o paraguaio Carlos Amarilla anulou um gol legal e deixou de marcar um pênalti claro para os brasileiros, além de outros dois lances duvidosos que foram apitados a favor do Boca. O jogo acabou empatado em  1 a 1, o que resultou na eliminação corintiana.

Amarilla negou ter participado do suposto esquema tramado entre Federação Argentina e Conmebol.

Na conversa gravada, Gnecco relata como foi a decisão pela escolha do juiz paraguaio. Ele conta que o acordo foi feito com Carlos Alarcón, representante paraguaio na Comissão de Árbitros da Conmebol que lhe teria ligado para oferecer Amarilla para apitar o duelo válido pela Libertadores.

"Estive falando com Alarcón e ele me disse: Estão querendo o Amarilla aí na Argentina?", começa Gnecco no relato a Grondona. E ele teria respondido ao paraguaio: Olha, se querem eu não sei, eu quero. Coloque ele e deixe de me encher o saco. Alarcón, ponha o Amarilla e deixe de me ferrar.

Gnecco continua seu relato para Grondona, comemorando a decisão: "Bom, foi assim, ele colocou... E saiu bem porque, bem, tem de ser assim".

A conversa é uma das 11 reveladas pelo programa de TV, que teve acesso às escutas usadas em uma investigação que começou em 2012 e teria investigado de sonegação de impostos em negociações de jogadores a manipulações no futebol. Embora a apuração seja anterior à divulgação do escândalo da Fifa, a presença de Grondona une os dois casos, já que o argentino era vice-presidente da entidade internacional e foi citado no inquérito que prendeu sete cartolas em Zurique, José Maria Marin entre eles.