Publicado em 15/09/2012 às 12:30, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23

Produtores querem benefícios para proteger o leite fabricado no Mato Grosso do Sul

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Midiamax

Devido à crescente importação de leite e derivados e ao aumento no custo de produção do setor, produtores rurais e indústrias realizaram na manhã desta sexta-feira (14), o evento “Hora do Leite”. Durante as discussões, um abaixo assinado será entregue a representantes do governo do Estado, com as principais reivindicações do setor.

Participam do evento o Conselho Paritário Produtores/Indústrias do Leite (Conseleite), o Sindicato das Indústrias do Leite de Mato Grosso do Sul, o Sindicato Rural de Campo Grande e a Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).

De acordo com Dário Alves de Souza, presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias do Leite (Conseleite), a importação de produtos lácteos a um valor baixo dificulta a comercialização do produto produzida no Estado. “Por este motivo estamos realizando o abaixo assinado, para que consigamos proteger o produto regional.”.

Ele explica ainda que o ICMS praticado no Mato Grosso do Sul inviabiliza a competição do leite e seus derivados nas outras unidades federativas. Para Dário, uma das expectativas do setor é a retomada de uma legislação para taxar a importação de produtos.

Conforme o presidente do Sindicato Rural, Ruy Fachini Filho, enquanto o custo de produção do leite no MS é de R$ 9,20, o produto importado chega a R$ 7. “Estamos aqui pedindo o apoio do Governo do Estado junto ao Governo Federal para que, se necessário, barre o produto importado, como forma de proteger o produtor brasileiro.”.

A representante do governo do Estado, Tereza Cristina Corrêa da Costa, secretaria da Seprotur (Secretaria de Estado e Desenvolvimento da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo), disse concordar com as reivindicações dos produtores, porém avalia que a discussão deve ser levada à Brasília.

“Todas as solicitações se baseiam em acordos realizados junto ao Mercosul. Vários setores já foram atingidos e o leite passou a ser a bola da vez”, aponta.

Segundo ela, a pauta deve ser levada aos Ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e, caso não seja resolvido a curto prazo, a OMC (Organização Mundial do Comércio) avalie a questão.

O primeiro semestre de 2012 fechou com aumento de 520% na importação de lácteos. De 554 toneladas, o Estado alcançou 3.437 toneladas no acumulado de janeiro a junho de 2012. O Uruguai foi responsável por 65% do atendimento à demanda, seguido pela Argentina, com 33% do produtor comprado por MS.