A caderneta de poupança registrou fuga de recursos pelo segundo mês consecutivo. Segundo o Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bilhões em fevereiro. No primeiro bimestre, a captação líquida foi negativa em R$ 11,92 bilhões.
Nos dois casos, são os maiores valores registrados para esses períodos pelo BC, que disponibiliza dados a partir de 1995, sem corrigi-los pela inflação.
A poupança já vinha captando menos recursos desde o começo de 2014, mas os saldos ainda estavam positivos.
Segundo especialistas em finanças públicas, os números refletem, principalmente, a retirada de dinheiro para pagar dívidas. Além disso, está mais difícil para o brasileiro poupar, diante da alta do custo de vida e da piora no mercado de trabalho.
Outro fator que explica o menor interesse pela poupança é a perda de competitividade para os fundos de renda fixa e DI, que mesmo com Imposto de Renda e taxas de administração conseguem rentabilidade superior à da caderneta.
Com a saída de recursos nos dois primeiros meses deste ano, o saldo de aplicações na poupança recuou nestes dois meses e está em R$ 658 bilhões. A última vez em que o estoque de investimentos na caderneta teve queda, antes disso, foi em abril de 2008.
Para que o saldo recue é necessário que a captação seja negativa e em valor superior aos rendimentos creditados, e não sacados, nas contas dos poupadores naquele mês.
A caderneta de poupança rendeu 0,59% em janeiro, abaixo da inflação de 1,24% medida pelo IPCA.
Em fevereiro, a rentabilidade foi de 0,52%, para uma inflação que deve superar novamente 1%.
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