Publicado em 10/02/2013 às 06:30, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23

Poupança deve perder preferência do investidor

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Folha Press

Embora a captação líquida da poupança (diferença entre os depósitos e os saques) indique que a caderneta ainda tem a preferência dos brasileiros na hora de aplicar -o valor ficou em R$ 2,3 bilhões em janeiro, o maior para o mês desde 2010-, esse tipo de investimento deve passar para segundo plano no cenário de juros baixos, afirmam especialistas. Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro, acredita que o que tem mantido a poupança como principal investimento dos brasileiros é o fato de que eles ainda estão com medo de arriscar. "A poupança é fácil de aplicar, não tem muita regra, nem muitas variações, por isso as pessoas investem nela", diz. Pela norma atual, todos os novos depósitos efetuados na poupança a partir de 4 de maio de 2012 renderão 70% da Selic + TR (Taxa Referencial, que hoje está zerada) sempre que o juro básico for menor ou igual a 8,5% ao ano. Como a Selic está em 7,25% ao ano, vale a regra.

Hora De Migrar?

Vieira avalia que o pequeno investidor, que tem entre R$ 10 mil a R$ 20 mil, tem optado pela poupança porque já consegue ter a noção de que alguns fundos de renda fixa oferecidos pelos bancos não têm rendido tanto quanto a velha cardeneta --pois os impostos e os custos incidentes nesses fundos comem boa parte dos ganhos. Mas o consultor ressalta que algumas pessoas também começam a olhar para o Tesouro Direto (programa do governo para compra de títulos públicos pela internet). "O problema é que os bancos normalmente não incentivam seus clientes a usarem essa ferramenta", diz.

O especialista acredita que deixar a poupança de lado depende da maturidade do conhecimento do investidor. "A quantidade de informações que a gente tem é cada vez maior. Pode vir a existir uma migração dos investimentos da poupança para outro tipo de aplicação, mas isso só deve acontecer quando os investidores estiverem mais informados sobre essas opções." Mesmo assim, Vieira aposta que o processo caminha a passos largos, pois o acesso à informação está maior. "Hoje, por exemplo, podemos ver facilmente se a Bolsa caiu ou subiu, ou ainda a rentabilidade dos investimentos diretamente do celular enquanto estamos no ônibus a caminho do trabalho. Isso aproxima as pessoas do conhecimento sobre as diversas formas de aplicação."