A Petrobras trabalha com preço do petróleo até o final do ano de US$ 119 o barril, um novo patamar. O valor deverá levar a um reajuste de preço dos combustíveis no Brasil ainda este ano, disse a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, durante uma palestra no Rio de Janeiro.
Em entrevista à Folha no final do mês passado, Graça Fostes já havia dito que se o preço do barril de petróleo seguir no atual patamar de US$ 120, o que é previsto por alguns analistas, será "inexorável" fazer um reajuste nos combustíveis.
O petróleo do tipo Brent é negociado em torno de US$ 118,5 o barril. Em seu plano de negócios 2011-2015, divulgado em 2011, a Petrobras trabalhou com uma estimativa de preço para o petróleo Brent entre US$ 80 a US$ 95 o barril de 2012 em diante. O novo plano (2012-2016) não foi divulgado.
Graça Foster, como prefere ser chamada a presidente da Petrobras, disse que "há um novo patamar de preço" do petróleo e que "está certo" que em 2012 haverá repasse do valor para os combustíveis.
"Expectativa de reajuste, se será em um, dois, três ou seis meses, eu não sei", declarou ela, ao responder pergunta após a palestra.
Ela acrescentou ainda que está "sistematicamente conversando com o controlador [da empresa, o governo]" sobre reajuste de combustível.
O governo, em geral, busca evitar algum repasse de preços de combustível, temendo o impacto inflacionário. Já a Petrobras tem a política de não repassar a volatilidade dos mercados internacionais para os preços dos derivados.
No início de março, Graça Foster disse que trabalhava com a possibilidade de os preços do petróleo perderem força, o que indicava na época que não haveria necessidade de repasse.
"Não se pode repassar as tensões políticas aos preços [do combustíveis], mas é fato que o preço do petróleo está em outro patamar em determinado momento, há de se fazer o repasse para os combustíveis", completou ela.
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