Publicado em 08/05/2015 às 19:31, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23

Desemprego sobe 63% no 1º trimestre e retração no consumo afeta comércio

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Campograndenews

O número de desempregados em Mato Grosso do Sul subiu 63% no primeiro trimestre deste ano, em relação aos três últimos meses de 2014, passando de 49 mil para 80 mil. Com isso, o Estado registrou taxa de desocupação de 6,1% nesse período. O aumento é de 35,5%, quando se comparam os três primeiros meses do ano passado, que tiveram 59 mil desocupados, com o mesmo intervalo de tempo deste ano.

O índice é superior ao do mesmo período dos últimos dois anos. Nos três primeiros meses de 2014, a taxa foi de 4,7%. No entanto, o número de desempregados foi maior em 2012, quando a taxa ficou em 7,5%.

Os dados são da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios), que considera as pessoas com 14 anos ou mais. O valor médio do salário dos sul-mato-grossenses não variou muito nesse tempo e agora está em R$ 1.736, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Diversos setores estão com saldo negativo de empregos, mas há ainda outros fatores que influenciam nos índices de desocupação no Estado, na avaliação da economista da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul), Regina Dedé de Oliveira.

“Isso pode estar atrelado a falta de vagas ou a outros motivos como, por exemplo, a busca por mais qualificação para conseguir empregos melhores”, destaca, ao lembrar programas de ensino técnico que alcançam cada vez mais pessoas, como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), do Governo Federal.

Empregos - A economista explica que não faltam empregos somente no setor de comércio e serviço, mas a indústria de modo geral também reduziu as ofertas de trabalho. No primeiro bimestre desse ano, a indústria sul-mato-grossense reduziu as vagas em 90% no Estado, em relação ao mesmo período de 2014. Naquela época, o setor gerou 1.922 postos e agora foram apenas 176 novas oportunidades, segundo a Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul).

Com mais pessoas desempregadas, o setor de comércio sente os impactos, pois isso significa mais gente sem renda que, consequentemente, compra menos. “O comércio está sentindo a crise na retração do consumo e no nível de confiança do empresário, porque sem renda os desempregados não consomem”, explica Regina.

A desconfiança do empresariado faz com que o setor tenha menos investimentos. Calculado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), o índice referente a confiança do empreendedor fechou março abaixo dos cem pontos, o menor de toda a série histórica.

Brasil - Em todo o país, a taxa de desocupação ficou em 7,9% no primeiro trimestre, a maior verificada desde os três primeiros meses de 2013 (8,0%). A maior taxa foi verificada na região Nordeste (9,6%) e a menor, no Sul (5,1%). Entre as unidades da federação, Rio Grande do Norte teve a maior taxa (11,5%) e Santa Catarina, a menor (3,9%).