O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou nesta quarta-feira (6) que o Banco Central tem autonomia para administrar a política monetária, especialmente a taxa de juros, da maneira adequada para controlar a inflação.
Barbosa foi questionado sobre a existência de pressões de outras áreas do governo para que o BC não eleve a taxa básica de juros (Selic) na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) marcada para os dias 19 e 20 de janeiro.
As afirmações foram feitas após encontro do ministro com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Os dois se reuniram para retomar as conversas sobre adoção de mecanismos para acelerar a cobrança de dívida com a União.
"Esse é um trabalho que foi iniciado no ano passado, e estamos aqui para retomar essas conversas e dar prosseguimento a essa ação, envolvendo não só o Ministério da Fazenda, mas também a AGU [Advocacia-Geral da União]", afirmou Barbosa após o encontro.
COPOM
De acordo com o boletim Focus do BC, a mediana das apostas era de aumento da taxa de 14,25% para 14,75% ao ano no final da semana passada. Nos últimos dias, no entanto, parte do mercado reviu suas projeções, o que resultou em queda nos juros dos títulos públicos e dos contratos negociados na Bolsa.
O dado sobre o IPCA de 2015, que será divulgado nesta semana, vai mostrar uma inflação superior a 10% no ano passado. E a expectativa da maior parte do mercado é que o índice de preços estoure o limite de 6,5% em 2016.
O próprio BC avalia que há quase 50% de chances de descumprimento da meta por dois anos seguidos e afirma que irá subir os juros se necessário.
Questionado no final do ano passado sobre pressões políticas para baixar juros, diante da queda na atividade e do aumento do desemprego, o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, afirmou que a inflação é tão ruim ou pior que esses problemas. Disse ainda que o BC só tem um mandato, que é assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda.
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