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24/12/2018 às 08:00, Atualizado em 23/12/2018 às 23:02

Governo corta gastos e fechamento de escolas motiva protestos de pais e alunos

Entre 2010 e 2017, a Secretaria de Educação registrou redução de 1.171 turmas.

O fechamento de mais uma escola da rede estadual de ensino neste ano, motivou protestos de pais e alunos, na tarde de hoje. Desta vez, o alvo dos cortes do governo é a Escola Estadual Zamenhof, localizada no Bairro Amambai, em Campo Grande. Inaugura há mais de 70 anos, a unidade atende cerca de 400 alunos de ensino fundamental. Entre 2010 e 2017, a Secretaria de Estado de Educação (SED) registrou a redução de 1.171 turmas em todo Mato Grosso do Sul.

Também gerou manifestações o fechamento da Escola Estadual Riachuelo, no bairro Cabreúva, e da Escola Estadual Consuelo Muller, na Vila Jacy, anunciados nessa semana, e a extinção de turmas de ensino médio na Escola Estadual Professor Henrique Cirilo Correa, no Bairro Cruzeiro, confirmado pela secretaria no final de novembro. Até 2017, o estado possuía 367 unidades escolar.

Cartazes e panelas foram utilizados por pais e alunos para protestar. Segundo eles, o fechamento da escola Zamenhof ocorreu de forma arbitrária e inesperada. Na última quinta-feira, representantes da SED notificaram os funcionários do encerramento das atividades na unidade, sob a justificativa de “corte de gastos”. Quase 180 crianças já estavam matriculadas para estudar na escola em 2019.

ALUNOS ESPECIAIS

Com os dois filhos matriculados na escola, um menino de 7 anos e uma menina de 9 anos, a confeiteira Renata Santana teme perder o atendimento especial oferecido ao menino de sete anos, diagnosticado com Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDH). “Ela [escola] é referência no atendimento de crianças especiais”, lamenta.

Outro fator que afeta diretamente a rotina das famílias é a mudança de escola. Conforme Renata, esta é a única escola de ensino fundamental da região e fica há 700 metros de sua casa. A outra escola mais próxima fica no Bairro São Franscisco, há 3 quilômetros da onde vivem. “Como vou mandar criança de sete anos de ônibus?”.

A pastora Adriana Rangel afirma que as filhas, de 10 e 13 anos, estudam na unidade desde a 1° série e que a mudança vai gerar transtornos. “Deveriam de ter conversado com a gente. Não simplesmente tomar essa decisão. Tanta corrupção e vai justamente cortar gasto das escolas?”, questionada.

PROBLEMA

Na última quarta-feira, grupo de 60 pessoas entre pais, estudantes e funcionários da Escola Estadual Riachuelo, no bairro Cabreúva protestaram contra o fechamento da unidade, reponsável por atender cerca de 400 alunos expulsos de outras instituições ou que cumprem medidas socioeducativas.

Na unidade há todo um trabalho de acolhimento psicossocial para esses estudantes continuarem na sala de aula. Com o fechamento das portas eles serão transferidos para a Escola Estadual Hércules Maymone, no bairro Chácara Cachoeira. Conforme comunicado interno emitido pela SED, o prédio será utilizado para ser a sede da Escola de Governo.

No decorrer da semana, a reportagem do Correio do Estado tentou contato com a SED, mas não obteve retorno.

MPE

A Câmara de Vereadores encaminhou, nesta semana, requerimento ao Ministério Público Estadual (MPMS) pedindo a suspensão da ordem de fechamento das escolas estaduais Riachuelo, Consuelo Muller e Zamenhof. O documento endereçado ao Procurador-geral de Justiça, Paulo Passos, é uma reivindicação de pais, alunos, professores e funcionários das duas unidades educacionais.

Fonte - Correio do Estado

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