Publicado em 30/12/2022 às 14:34, Atualizado em 30/12/2022 às 10:47

Futura ministra da Saúde diz que vai reativar comitês de vacinação e Covid

Presidente da Fiocruz, Nísia será a primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde

Redação,
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Foto - Reprodução G1

A futura ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta quinta-feira, dia 29 de dezembro, que irá reativar dois comitês, um ligado à imunização e outro específico para análise de cenários da pandemia da Covid-19. Ainda segundo a ministra, uma nova secretaria será criada, para focar na digitalização de dados sobre saúde.

Presidente da Fiocruz, Nísia será a primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde. Ela comandará a pasta em meio a desafios, como a necessidade de ampliar a cobertura vacinal com o PNI (Programa Nacional de Imunização) e alavancar a demanda represada pela pandemia.

“Uma das primeiras medidas vai ser restituir plenamente o Comitê Técnico Assessor de Imunização, que não vem funcionando com a força que deve ter, inclusive com a força das suas recomendações. E também um comitê científico para análise desses cenários da pandemia, seguindo um pouco o que meu próprio papel como presidente da Fiocruz fiz”, disse.

Atualmente, há a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, que analisa o cenário da pandemia e propõe ações, mas a pasta não é obrigada a seguir as sugestões. A futura ministra afirmou que ouvirá os dois comitês na hora de tomar as decisões.

Nísia informou que vai se reunir nos próximos dias com técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) para discutir a situação da Covid na China. Ela disse que os diálogos com representantes da OMS indicam um “cenário de preocupação”, mas não de “descontrole”.

A futura comandante da pasta da Saúde disse, ainda, que:

a equipe estudará a necessidade de revisar a emergência sanitária de saúde em decorrência da Covid-19. Segundo ela, a decretação "não necessariamente significa situação mais ajuda", mas sim de "cuidados permanentes";

o programa de imunizações será transformado em um departamento nacional de imunizações, o que segundo Nísia dará “mais força a essa atividade”;

“Essa política [de imunizações] não deve ser restrita ao Ministério da Saúde. Minha ideia é mobilizar também um conjunto de ministérios, pensando no papel das escolas, no papel do desenvolvimento social, os vários programas nessa área, para uma sensibilização de que cada brasileiro possa nos ajudar nesse convencimento da importância da vacinação".

Equipe do ministério

O anúncio de Nísia foi feito durante a entrega do relatório final do grupo de transição responsável pela área da saúde. Segundo a futura ministra, a criação da Secretaria de Saúde Digital surgiu a partir das análises do grupo e, seguindo a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não terá custos extras.

“É algo muito importante, hoje é impossível pensarmos a política de saúde sem pensarmos não apenas na qualidade dos dados, mas na boa análise desses dados e que eles possam de fato ser integrados e serem base para políticas públicas”, disse.

Nísia não detalhou quem irá comandar a nova secretaria, mas uma das cotadas é a doutora em odontologia e professora da Universidade de São Paulo (USP) Ana Estela Haddad, esposa do futuro ministro da Fazenda, Fernanda Haddad.

A futura ministra afirmou que irá anunciar os nomes da sua equipe apenas no dia 2 de janeiro, após a posse e a cerimônia de transmissão de ministério. Contudo, adiantou que Swedenberger Barbosa, também da Fiocruz, será o secretário executivo, seu braço direito na pasta.

A secretaria executiva é a segunda função mais importante de um ministério, pois coordena as demais secretarias da pasta, além das entidades vinculadas.

Com informações do G 1