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20/02/2020 às 11:30, Atualizado em 20/02/2020 às 10:08

Força Nacional será enviada ao Ceará após motim e tiros contra Cid Gomes

Um grupo de policiais que reivindica aumento salarial e é contrário à proposta do governo de reestruturação da carreira da categoria realiza desde terça-feira.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou nesta quarta-feira, dia 19 de fevereiro, o envio da Força Nacional para o Ceará "a fim de proteger a população cearense, em razão de movimento paredista por parte das polícias estaduais do Ceará".

O envio será feito nesta quinta-feira (20) e deve permanecer no estado por 30 dias, conforme portaria assinada por Sérgio Moro.

"A operação terá o apoio logístico do órgão demandante, que deverá dispor da infraestrutura necessária à Força Nacional de Segurança Pública", detalha a portaria.

O envio ocorre em meio ao motim de policiais militares que reivindicam aumento salarial. Um projeto que tramita na Assembleia Legislativa do Ceará aumento o salário de um soldado militar de R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, em reajuste progressivo até 2022.

Um grupo de policiais insatisfeito com a proposta realiza desde terça-feira (18) atos que a Secretaria da Segurança Pública do Ceará considera "motim" e "vandalismo". Nesta quarta, o senador licenciado Cid Gomes foi baleado quando tentava entrar com uma retroescavadeira em um batalhão da Polícia Militar em Sobral.

Moro já havia enviado tropas da Força Nacional para o Ceará em 2019, quando o estado sofreu uma onda de ataques criminosos organizados por facções criminosas.

Resumo:

Em 5 de dezembro, policiais e bombeiros militares organizaram um ato reivindicando melhoria salarial. Por lei, policiais militares são proibidos de fazer greve.

Em 31 de janeiro, o governo anunciou um pacote de reajuste para soldados.

Em 6 de fevereiro, data em que a proposta seria levada à Assembleia Legislativa do estado, policiais e bombeiros promoveram uma manifestação pedindo aumento superior ao sugerido.

Em 13 de fevereiro, o governo elevou a proposta de reajuste e anunciou acordo com os agentes de segurança. Um grupo dissidente, no entanto, ficou insatisfeito com o pacote oferecido.

Em 14 de fevereiro, o Ministério Público do Ceará (MPCE) recomendou ao comando da Polícia Militar do Ceará que impedisse agentes de promover manifestações.

Em 17 de fevereiro, a Justiça manteve a decisão sobre possibilidade de prisão de policiais em caso de manifestações.

Em 18 de fevereiro, três policiais foram presos em Fortaleza por cercar um veículo da PM e esvaziar os pneus. À noite, homens murcharam pneus de veículos de um batalhão na Região Metropolitana.

Em 19 de fevereiro, batalhões da Polícia Militar do Ceará foram atacados por grupos de pessoas encapuzadas e mascaradas. Em Sobral, homens encapuzados em carro da PM ordenaram que comerciantes fechassem as portas. O senador licenciado Cid Gomes foi baleado em um protesto de policiais.

Invasão de batalhões policiais

Um grupo de policiais que reivindica aumento salarial e é contrário à proposta do governo de reestruturação da carreira da categoria realiza desde terça-feira (18) atos que a Secretaria da Segurança do Ceará considera "vandalismo" e "motim".

Ainda nesta terça, três policiais foram presos por cercarem veículo da polícia e furarem os pneus. Segundo o governo do estado, o ato é uma tentativa ilegal de impedir a atuação de policiais.

Nesta quarta-feira, pelo menos quatro batalhões da Polícia Militar foram invadidos por homens mascarados. Eles retiraram veículos policiais das bases militares e rasgaram os pneus com objetos cortantes.

O governo do estado anunciou a abertura de processo disciplinar contra mais de 200 policiais dissidentes. Também anunciou que solicitou o reforço da Força Nacional e cortou o repasse de verba para associações policiais que, de acordo com o governo, apoiam os atos grevistas.

Fonte - G 1

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