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12/01/2021 às 17:00, Atualizado em 12/01/2021 às 13:58

Em meio à segunda onda de covid em Manaus, Ministério da Saúde pressiona pelo uso de cloroquina nos pacientes

Segundo dados do governo do Amazonas, Manaus e o estado têm batido recorde de internações e mortes e têm sofrido com a falta de leitos e de equipamentos.

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 MICHAEL DANTAS/AFP via Getty Images)

O Ministério da Saúde tem pressionado a Prefeitura de Manaus a distribuir remédios sem eficácia comprovada para tratar seus pacientes, como cloroquina e ivermectina.

A pasta chefiada pelo general Eduardo Pazuello considera “inadmissível” não utilizá-las, conforme documento enviado para a secretaria municipal de Saúde de Manaus. O ministério pediu também autorização para fazer uma ronda nas Unidades Básicas de Saúde para encorajar o uso das medicações.

Segundo dados do governo do Amazonas, Manaus e o estado têm batido recorde de internações e mortes e têm sofrido com a falta de leitos e de equipamentos.

Os registros de contaminação pela covid-19 no Amazonas indicam uma nova onda da pandemia. O número de novas internações pela doença no início deste ano ultrapassou o total de novas hospitalizações em maio do ano passado, quando o estado enfrentou a primeira onda do coronavírus.

Em ofício encaminhado à Prefeitura de Manaus na sexta-feira (7), o Ministério da Saúde pede autorização para visitar as Unidades Básicas de Saúde destinadas ao tratamento do coronavírus na segunda-feira (11) “para que seja difundido e adotado o tratamento precoce como forma de diminuir o número de internamentos e óbitos decorrentes da doença”.

“Aproveitamos a oportunidade para ressaltar a comprovação científica sobre o papel das medicações antivirais orientadas pelo Ministério da Saúde, tornando, dessa forma, inadmissível, diante da gravidade da situação de saúde em Manaus a não adoção da referida orientação”, defende o ministério no documento.

A nota informativa 17/2020 do Ministério da Saúde, com orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da covid, sugere um combinado de cloroquina ou hidroxicloroquina com azitromicina para pacientes com sintomas leves, moderados e graves.

O ofício é assinado por Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde do Ministério da Saúde.

No entanto, as medicações recomendadas pelo governo federal, como cloroquina e ivermectina, não têm eficácia comprovada no tratamento do coronavírus.

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