Em um ano marcado por mudanças demográficas, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo bateram recorde no Brasil. Segundo dados das Estatísticas do Registro Civil, divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE, 2023 registrou 11.225 uniões homoafetivas, número 1,6% superior ao de 2022 e o maior já contabilizado desde que o dado passou a ser coletado.
O crescimento contrasta com a tendência geral de queda: os casamentos entre pessoas de sexos diferentes diminuíram 3%, somando 940,8 mil registros no ano. Mesmo em um cenário de retração no total de uniões formais no país, os dados mostram que cada vez mais casais do mesmo sexo têm buscado oficializar seus vínculos — sinal de avanço na consolidação de direitos e visibilidade.
O aumento no número de casamentos homoafetivos vem sendo registrado de forma contínua desde a regulamentação da união civil igualitária, reconhecida nacionalmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2013. Dez anos depois, os dados refletem uma aceitação social mais ampla e a maior presença dessas famílias na estrutura oficial do país.
Ao mesmo tempo, o levantamento do IBGE revela outras transformações importantes no perfil da população brasileira. O número de divórcios aumentou 4,9% em 2023, totalizando 440,8 mil separações — com destaque para as regiões Centro-Oeste e Norte, onde o crescimento foi mais expressivo. A média de tempo entre casamento e divórcio caiu para 13,8 anos, frente aos 16 anos registrados em 2010.
Já a natalidade segue em queda. Pelo quinto ano consecutivo, o número de nascimentos caiu no Brasil, com 2,52 milhões de registros — uma redução de 0,7% em relação a 2022. A pesquisa mostra também um envelhecimento do padrão de fecundidade: mães com 30 anos ou mais já respondem por 39% dos nascimentos no país. Em paralelo, o número de adolescentes que deram à luz caiu pela metade em duas décadas.
Por outro lado, o número de óbitos registrados no Brasil também apresentou recuo. Foram 1,43 milhão de mortes em 2023, uma queda de 5% em comparação ao ano anterior. O grupo com maior redução foi o de idosos com 80 anos ou mais, com 38 mil óbitos a menos. O IBGE atribui parte significativa dessa queda ao fim da fase mais crítica da pandemia de Covid-19, cujo estado de emergência global foi encerrado em maio do ano passado.
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