Buscar

03/12/2023 às 11:00, Atualizado em 02/12/2023 às 21:52

MS registra cerca 1,1 mil novos casos de infecção por HIV ao ano

No Brasil, entre 2020 e 2021, o número de casos de infecção pelo HIV declinou 11%

Cb image default
Foto - Reprodução Correio do Estado

Em meio à campanha ‘Dezembro Vermelho’, dedicada à prevenção da infecção e combate ao HIV/Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), os dados utilizados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que, a cada ano, cerca mil novos casos de HIV são registrado em MS.

No Brasil, entre 2020 e 2021, o número de casos de infecção pelo HIV declinou 11%, contudo, em Mato Grosso do Sul, o número de casos novos se mantém em estabilidade, não apresentando aumento ou redução expressiva.

Os números de casos novos de HIV/Aids registrados no Estado mostram uma média de 1,1 mil por ano:

2019: 1.384;

2020: 1.014;

2021: 1.211;

2022: 1.216;

2023 (parcial até 28/11/2023): 1.018.

“A epidemia no estado segue o cenário nacional, acometendo mais pacientes do sexo masculino, jovens, de até 29 anos, raça preta ou parda e de homens que fazem sexo

com homens (HSH)”, informou a gerente de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais da

SES, Alessandra Salvatori.

Sobre o trabalho de prevenção e alerta, a SES informa que tenta contribuir com a sensibilização e a difusão dos mecanismos de prevenção das infecções sexualmente

transmissíveis, como testes rápidos, preservativos internos e externos.

Além disso, busca-se capacitar os profissionais de saúde e levar informações sobre forma de contágios e métodos de prevenção, reforçando a importância da conscientização da população para o uso do preservativo em todas as relações sexuais.

A SES pontua que o desenvolvimento das ações são de programação do calendário dos municípios.

Especificamente em Campo Grande, há 6,2 mil Pessoas Vivendo com HIV/Aids (PVHA), conforme os dados do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM).

Este dado representa o número de pessoas cadastradas ativas que já iniciaram o tratamento em algum momento do seu diagnóstico.

Campanha e cuidados

Na sexta-feira (1º) foi a data para lembrar o Dia Mundial da Luta Contra o HIV/Aids. Por isso, em todo o mês de dezembro ações são realizadas para dar visibilidade ao tema e, principalmente, combater o estigma e a discriminação que ainda acompanham as pessoas que vivem com o HIV/Aids.

“Nesses 40 anos de luta temos muito a comemorar. Possuímos hoje medicamentos muito potentes para frear a replicação do vírus no organismo, impedindo a manifestação e o adoecimento conhecido como Aids”, disse Alessandra.

Segundo ela, esses medicamentos suprimem de tal forma o vírus que temos o conceito hoje de indetectável igual a intransmissível, ou seja, o uso regular desses medicamentos impede que o paciente transmita o vírus para outra pessoa.

“Temos também, atualmente, uma comodidade posológica, ou seja, lá no início da pandemia há mais de 40 anos, os pacientes tomavam 10, 12 comprimidos por dia, o chamado coquetel contra o HIV. Hoje, a maioria dos pacientes toma dois comprimidos ao dia e em 2024 vamos ter a inclusão de uma nova pílula combinada onde os pacientes farão uso de apenas um comprimido ao dia”, explica.

Logo, o termo utilizado há anos – coquetel – não cabe mais para as pessoas vivendo com HIV/Aids.

Além dos medicamentos para tratamento, há as profilaxias medicamentosas a PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e a PrEP (Profilaxia PréExposição), medicamentos que protegem as pessoas de contraírem o vírus em caso de exposição.

Em relação às estratégias de prevenção combinada, o Estado registrou, em 2023, 1.978 usuários de PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e 1.444 pessoas com pelo menos uma retirada de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição).

Além disso, neste mesmo ano, a SES distribuiu 120,2 mil testes rápidos e 3,7 milhões de camisinhas – preservativos internos e externos – a todas as unidades de saúde dos municípios, exceto Campo Grande, pois a Capital recebe os preservativos diretamente do Ministério da Saúde.

Os preservativos podem ser retirados em qualquer unidade de saúde, sem restrição de quantidade e sem a necessidade de identificação.

Sinais e sintomas

Os sintomas do HIV variam dependendo da fase de infecção. Ainda que na maioria dos casos o maior potencial de doença seja alcançado nos primeiros meses, muitas vezes o indivíduo não sabe ser portador do vírus.

Nas primeiras semanas após a infecção, algumas pessoas podem não manifestar sintomas. Entretanto, outras apresentam sintomas de uma síndrome gripal, incluindo febre, dor de cabeça, erupção cutânea e dor de garganta.

Como a infecção enfraquece aos poucos o sistema imunológico, a pessoa pode desenvolver outros sinais e sintomas, tais como inchaço dos gânglios linfáticos, perda de peso, febre, diarreia e tosse.

Transmissão

O HIV pode ser transmitido pelo contato com diversos fluidos corporais de indivíduos infectados, como sangue, leite materno, sêmen e secreções vaginais.

Não é possível se infectar por meio de contatos cotidianos, como beijo, abraço, aperto de mãos ou compartilhamento de objetos pessoais, comida ou água.

Fatores de risco

Algumas práticas ou condições que podem aumentar a exposição ao vírus HIV:

Práticas sexuais sem proteção.

Possuir alguma outra infecção de transmissão sexual, como sífilis, herpes, clamídia, gonorreia ou vaginose bacteriana.

Compartilhar agulhas ou seringas contaminadas, soluções de drogas e outros materiais para consumo de drogas injetáveis.

Receber injeções não seguras, transfusões de sangue e procedimentos médicos ou estéticos, que envolvam materiais não esterilizados.

Acidentar-se com agulhas contaminadas, principalmente no caso de profissionais de saúde.

Prevenção

Os indivíduos podem reduzir a possibilidade de infecção por HIV limitando a exposição aos fatores de risco. Os principais métodos de prevenção combinada são:

Uso de preservativos interno e externo.

Ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST.

Testagem e aconselhamento para HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis.

PrEP (Profilaxia Pré-Exposição).

PEP (Profilaxia Pós-Exposição).

Tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV.

Prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B (quando a transmissão ocorre da mãe para o filho).

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.