Publicado em 19/10/2017 às 09:30, Atualizado em 19/10/2017 às 00:24

Volta de Aécio ao Senado pode influenciar recurso de Delcídio para recuperar mandato

'Se tivesse sido flagrado com dinheiro ainda estaria no Senado', disse.

Redação,
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Divulgação

A decisão do Senado de revogar medidas cautelares que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia imposto a Aécio Neves (PSDB-MG) pode influenciar no futuro político de Delcídio do Amaral. Ele estaria avaliando preparar recurso para recuperar seu mandato também.

Diante do resultado favorável no Senado para Aécio Neves, de acordo com informações do site Brasil247 o ex-senador alegou que se ele tivesse “sido flagrado pedindo dinheiro, talvez ainda fizesse parte do Senado. O tempo de Deus haverá de fazer justiça!”, exclamou.

Delcídio, que foi líder da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), ficou preso preventivamente por quase três meses após ser investigado por obstrução da Justiça no âmbito da Operação Lava Jato.

A prisão ocorreu em 25 de novembro de 2015. O processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado foi aberto no mês seguinte.

A confirmação da delação premiada de Delcídio, com acusações a diversos senadores, entre eles o então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e o próprio Aécio Neves (PSDB-MG), fez com que o processo de cassação foi acelerado na Casa.

Já Aécio teve mais "sorte" que Delcídio. O senador mineiro não fez delação e ainda mandou carta para os colegas pedindo apoio e apelando para o corporativismo. A medida deu certo. Agora o parlamentar pode voltar a exercer seu mandato e não precisa cumprir recolhimento domiciliar noturno.

Esses benefícios obtidos por Aécio podem influenciar na tentativa de Delcídio em recuperar seu mandato. A informação chegou ser divulgada também no site O Antagonista.

Tanto na sessão que cassou Delcídio como a que reverteu a decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) beneficiando Aécio Neves a participação dos senadores foi massiva. Na primeira foram 74 parlamentares, enquanto na de terça-feira (17) estiveram presentes 70.

A reportagem tentou contato com o ex-senador, mas ele não atendeu as ligações feitas em seu celular.

CASSAÇÃO

Delcídio do Amaral foi cassado em 10 de maio de 2016 por quebra de decoro parlamentar. O placar foi de 74 votos, nenhum contra e uma abstenção. Ele perdeu os direitos políticos e ficou inelegível por 11 anos.

Na época, Waldemir Moka e Simone Tebet (ambos do PMDB) foram a favor da cassação dele. Quem assumiu a vaga deixada foi Pedro Chaves (PSC). Os três senadores eleitos por Mato Grosso do Sul votaram a favor de Aécio Neves nesta terça-feira (17).

Com informações do Correio do Estado