Publicado em 26/05/2017 às 14:10, Atualizado em 26/05/2017 às 18:12

Servidores da educação 'cruzam os braços' por reajuste salarial e ameaçam greve em MS

Segundo a Fetems, cerca de 25 mil servidores devem aderir à paralisação.

Redação,

Os servidores da educação decidiram 'cruzar os braços' na próxima terça-feira, 30 de maio, para chamar a atenção do governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB). Segundo o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Roberto Botareli, o governo estaria negando diálogos com a categoria?.

Botareli afirma que os servidores tentaram diversos contatos com o governador, porém, nenhuma resposta foi encaminhada. O grupo exige o cumprimento do reajuste do piso salarial nacional de 7,64% em Mato Grosso do Sul. "Nós tentamos até ontem, conversar com o governador, que já demonstrou que não vai atender nosso pedindo, recusou diálogo e afirmou que não tem proposta para a categoria".

Segundo o presidente, 25 mil servidores devem deixar de prestar serviços ao Estado e, caso nenhuma atitude seja tomada, Botareli garante que outras áreas devem se unir ao grupo, para discutir a possibilidade de dar início a uma greve, por tempo indeterminado.

"A educação toda vai parar no dia 30 de maio, caso ele não tome atitude, outros setores como a polícia, serviços administrativos do Detran, Agesul, todos devem dar início a uma greve por tempo indeterminado", diz Roberto.

Questionado sobre as afirmações de Azambuja, que alega não ter condições de atender as solicitações feitas, Botareli destaca que os servidores estão sendo punidos por 'crimes' que não cometeram, levando em consideração os escândalos que ganharam destaque nacional, envolvendo desvio de recurso por políticos.

"Não foi a categoria que errou, os servidores não podem ser punidos, por crimes cometidos com caixa dois por políticos, eles erraram e não a categoria. Todos prestaram seus serviços dignamente, os servidores foram os únicos que não colocaram a mão no dinheiro público desviado e agora tem que arcar com as contas, isso não é justo", diz o presidente.

Confira abaixo o documento na que foi encaminhado pela categoria ao governador Reinaldo Azambuja sobre a paralisação

Texto do ofício:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL- REINALDO AZAMBUJA.

A FETEMS- FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, desde o início deste ano vem travando tratativas com este governo para dar cumprimento ao estabelecido na LC 87, com redação dada pela LC 200/2015, em especial no artigo 49. O texto da LC 87/2000 é oriundo de sentença judicial do TJMS.

Para que este poder executivo dê exato cumprimento ao inciso III do artigo 49 da LC 87/2000, que estabelece que a partir de Outubro de 2016 o vencimento base, por 20 horas, do nível I, classe A, é necessário corrigir este vencimento base desde Janeiro de 2017 em 7,64%.

Como até agora este poder executivo não apresentou uma data para fiel cumprimento da sentença homologada pelo TJMS nos autos 1405770-57.2015.8.12.0000 e o texto do artigo 49 da LC 87/2000 esta categoria decidiu em Assembleia Geral, maior instância deliberativa de nossa entidade, paralisar suas atividades no dia 30/05/2017, já que há claro descumprimento de acordo, homologado pelo poder judiciário, e claro descumprimento de texto legal. Também não apresentou alternativa alguma em relação a incorporação do abono e a política salarial dos administrativos em educação, promessa feita a categoria por diversas vezes.

Após esta paralisação a categoria se reunirá novamente para decidir os novos movimentos legítimos e legais para fazer cumprir o acordado nos autos 1405770-57.2015.8.12.0000 e constante no artigo 49 da LC 87/2000. Por fim esta entidade reitera que se mantém aberta a dialogar com este poder executivo para encontrar uma solução conjunta, todavia não se furtará a buscar nas ruas o que a mesa de negociação não nos apresenta, já que não se trata de nova postulação, mas mero cumprimento de lei e de decisão judicial.