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31/05/2017 às 08:30, Atualizado em 31/05/2017 às 00:55

Reinaldo se defende na Acrissul e diz que denúncias sobre propina são 'pautas vencidas'

No evento, o governador falou também sobre o recente escândalo divulgado em rede nacional.

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) se reuniu com a diretoria da Acrissul, na tarde desta terça-feira (30), para esclarecer denúncias de cobrança de propina em troca de incentivos fiscais, mostrados em delação premiada da JBS. Com documentos em mãos, o tucano afirmou que esse assunto é 'pauta vencida' e vai tocar o governo em frente.

Azambuja repetiu aos pecuaristas a mesma defesa que fez na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas. Sobre o caso JBS, ele explicou que não renovou alguns incentivos fiscais da empresa dos irmãos Batista em 2015, para dar equilíbrio à cadeia produtiva. Reinaldo disse que mesmo assim a JBS aumentou a arrecadação de ICMS de 40 para 70 milhões de reais.

Reinaldo disse que a política de isenção fiscal no governo continua a mesma e que não se pode criminalizar uma ferramenta de geração de emprego e renda. "Se não fosse isso, continuaríamos a ser exportadores de matéria prima'', destacou.

A delação premiada dos donos da JBS foi duramente criticada pelo governador, que chamou os empresários de 'criminosos' e disse ter visto várias contradições em seus depoimentos.

''O que o Wesley Batista falou que era propina na planilha deles, coincidentemente está na declaração de bens prestadas à Justiça Eleitoral na campanha de 2014'', explicou o tucano.

Sobre um acordo com o ex-senador Delcídio do Amaral sobre uma doação de R$ 12 milhões, Reinaldo disse que 'isso só pode ser piada'.

O assunto que o governador mais fez questão de ressaltar foi a juntada de provas para se defender, principalmente as notas fiscais que os delatores afirmam serem 'frias'. Ele disse que diversos pecuaristas já estão recolhendo essas notas e que quando se abate gado é preciso ter o Guia de Transporte Animal e declaração do Fundersul, o que tornaria difícil a emissão de notas falsas.

''O Márcio Monteiro e o Nelson Cintra, todos abatem gado e emitiram notas fiscais que serão apresentadas'', esclareceu.

Denúncias Fantástico

Reinaldo aproveitou o evento na Acrissul para falar de uma nova denúncia envolvendo seu nome, dessa vez veiculada em rede nacional pelo Fantástico da TV Globo. O ex-chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, é acusado pelo dono do curtume Braz Pele, de cobrar propina em troca de incentivos fiscais, por meio de um emissário, Ricardo Guitti, conhecido como 'Polaco'. O vídeo mostra um pagamento de R$ 30 mil sendo feito a Polaco.

O governador disse aos pecuaristas que tudo começou quando, em 2016, a Secretaria da Fazenda percebeu movimentação atípica de abates no curtume e passou a fiscalizar a empresa.

''Saiu de mil e poucas cabeças para 12 mil e depois para 26 mil'', apontou Reinaldo. Ele disse que a partir de então o governo cancelou os incentivos fiscais da empresa, que posteriormente constatou que muitas das notas fiscais apresentadas para redução do ICMS eram frias, sendo que algumas empresas sequer existem. Ele mostrou fotos de locais onde deveria haver um curtume, mas na verdade só há terreno baldio e uma residência.

Sobre a possibilidade de alguém ter usado o nome dele para comentar irregularidades, Azambuja disse que tem de ser apurado e cada um vai responder por isso.

Acompanhado do secretário de governo e gestão estratégica, Eduardo Riedel, disse que o governo vai recorrer ao STF para cassar uma liminar que ainda concede o direito de benefícios fiscais à empresa.

Azambuja disse que quem está na vida pública está sujeito a acusações e que a condenação prévia se dá por conta de um 'mau humor' na política, onde primeiro se condena e depois investiga.

Fonte - Topmidianews

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