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10/07/2017 às 16:05, Atualizado em 10/07/2017 às 16:07

Ministro da Agricultura é acusado de participar de esquema de propinas no MT

Esquema teria pago R$ 104 milhões a 33 deputados estaduais.

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Divulgação

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), é acusado de autorizar o pagamento de R$ 260 milhões em precatórios para a construtora Andrade Gutierrez, com o objetivo de abastecer um esquema de compra de apoio entre parlamentares.

A acusação partiu do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva (PSD), que fechou acordo de delação premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) na semana passada.

Segundo o delator, os pagamentos teriam iniciado na época em que Maggi era governador de Mato Grosso, em 2009, e permanecido até 2012. Eleito por duas vezes consecutivas, o ministro foi governador do Estado entre 2003 e 2010.

Os precatórios pagos à Andrade Gutierrez foram depositados em uma conta-corrente utilizada para pagar propina a deputados estaduais e integrantes da base em troca de apoio do governo, ainda de acordo com a delação.

Geraldo Riva conta que pelo menos R$ 104 milhões do valor pago em precatórios (pagamentos de causas judiciais) à empreiteira foram parar na conta-corrente utilizada para o esquema de propina, operada pelo empresário Valdir Piran.

O delator ainda cita um encontro entre Maggi, o então secretário de Fazenda de Mato Grosso, Éder Moraes, e o ex-governador do Estado, Silval Barbosa, em que os três combinaram o esquema de propina por meio do pagamento de precatórios.

Mensalinho

Em depoimento à Justiça Estadual de Mato Grosso, Geraldo Riva também deu detalhes sobre a participação e execução de um esquema de "mensalinhos" operados no Estado, que teria pago propina a 33 deputados estaduais durante a gestão de Maggi.

Ele afirma que o atual ministro sabia dos pagamentos. A Justiça Estadual já investigava o suposto esquema de propina por meio do pagamento de precatórios, na Operação Ararath, conhecida como a "Lava-Jato Pantaneira".

Uma cópia do contrato entre a Andrade Gutierrez e o escritório do empresário Valdir Piran foi encontrada na casa do ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Éder Moraes. Ele foi preso por quatro vezes na Operação Ararahth.

Defesa

O ministro Blairo Maggi afirmou em nota que "todos os pagamentos de precatórios sempre seguiram o rito legal". "Jamais houve favorecimento a empresas ou pessoas físicas" em sua gestão no Mato Grosso, conclui.

Segundo a nota, todos os pagamentos à Andrade Gutierrez eram calculados pela PGE (Procuradoria-Geral do Estado) e conferidos pela AGE (Auditoria-Geral do Estado), que nunca encontraram irregularidades.

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