Publicado em 16/10/2017 às 18:30, Atualizado em 16/10/2017 às 16:42

Governo estuda criar delegacia exclusiva para casos de racismo

Ideia foi discutida durante 1º Encontro Interministerial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial.

Redação,

Com 55% da população declarada negra ou parda e ainda com diversas ocorrências de racismo, Mato Grosso do Sul pode ter uma delegacia especializada no combate e registro deste tipo de crime. O assunto foi discutido durante o 1º Encontro Interministerial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial em MS, nesta segunda-feira, dia 16.

"Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 55% da população é negra ou parda. Discutir estas questões, ainda mais em um momento de intolerância, é de extrema importância", disse o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

O chefe do Executivo estadual ressaltou a importância de estabelecer uma delegacia especializada, aos moldes do que ocorre na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). "Precisamos combater estas intolerâncias. Na hora que organizar em estruturas (as políticas e ações), não tenho dúvida que teremos avanço", disse. No entanto, a ideia ainda está no papel.

Objetivo - A ideia, com o seminário, que segue até amanhã, é criar e fortalecer as políticas públicas para proteger e, principalmente, combater o preconceito, que, conforme o subsecretário Leonardo de Oliveira Melo, ainda é muito presente na sociedade.

Dos 79 municípios, 13 têm órgãos voltados para o assunto e outras sete cidades estão em fase de instalação. "Até o fim do mandato, em 2018, acredito que tenha na metade do estado".

Conforme o subsecretário da Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial e da Cidadania, os casos de racismo que mais acontecem são injúrias e em situações corriqueiras do dia a dia. O exemplo dado por ele é comparação do negro com animais de forma pejorativa em discussões no mercado. "Em brigas pequenas, até em empresas. Esse trabalho de agora é para diminuir isso e aumentar a visibilidade da população negra".

De recursos já assegurados, o titular explica que são R$ 280 mil de verba do governo e outros R$ 2 milhões fruto de verbas federais. Dinheiro este que, em partes, será liberado para ações, como mapeamento de comunidades quilombolas no Estado.

A programação de amanhã é voltada para a sociedade civil (conselhos de direitos, representantes e lideranças comunitárias dos quilombolas, matriz africana e movimento negro), a partir das 7h30.