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27/05/2017 às 17:29, Atualizado em 27/05/2017 às 11:30

Governo desiste de privatizar MSGás para gerar renda com importação do gás boliviano

Reinaldo Azambuja chegou a fazer a avaliação de mercado da estatal, mas recuou com as novas perspectivas.

O governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, declarou que não pretende mais fazer a venda e a privatização da estatal sul-mato-grossense MSGás. Com o fim da importação do gás boliviano pela Petrobras em 2018, o Governo do Estado viu uma oportunidade de negócio e agora trabalha para fazer a importação do gás da Bolívia a partir de 2019.

Durante entrevista, Reinaldo afirmou que pediu avaliação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para saber exatamente quanto vale a MSGás. Com isso, a ideia inicial de privatização da estatal foi descartada. Em outras entrevistas, o governador disse que durante a instalação do gasoduto Brasil/Bolívia, a MSGás também fez investimentos e possuí dutos próprios, o que pode ajudar o Estado na importação do gás boliviano.

Além disso, o governo deve apoiar a instalação de uma termoelétrica, projeto da UTE Fronteira que vai ficar em Ladário, vizinha de Corumbá, e pertence ao grupo baiano Global Participações em Energia (GPE), que projeta investir US$ 250 milhões (R$ 900 milhões) no empreendimento.

Segundo informações do Governo do Estado, a usina terá capacidade para gerar 267 MW de energia, suficiente para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes, e adquirirá o gás natural (até 1,2 milhão de m³/dia) diretamente da Bolívia.

O combustível será entregue na fronteira, bombeado diretamente no ramal exclusivo da termelétrica. “Nas etapas de fase de construção e operação a usina termoelétrica a gás natural vai contribuir com a economia de Ladário e Corumbá e na arrecadação de tributos, com geração de 500 empregos diretos e 2 mil indiretos na etapa de construção e 50 empregos diretos e 100 indiretos na fase de operação, daí a importância do gás natural como suprimento”, destacou o governador Reinaldo Azambuja.

Com isso, o diretor presidente da MSGÁS, Rudel Trindade, chegou a afirmar que é provável que, ainda este ano, Mato Grosso do Sul comece a produzir energia e participar dos leilões da Aneel. “A termelétrica está pronta para entrar em operação, já dispõe da licença ambiental. Falta apenas definir a parte comercial e técnica para a compra do gás”.

Compra do gás

De acordo com informações do Governo do Estado, Mato Grosso do Sul negocia a compra direta para viabilizar a termelétrica de Ladário, que obteve em janeiro a licença ambiental prévia para construção. Nesse projeto a previsão é de importação de 1 milhão a 1,2 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia, segundo o diretor presidente da MSGÁS, Rudel Trindade.

Todos os dirigentes de empresas de gás e energia dos estados que integram o Codesul participaram de uma reunião técnica em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O governador Reinaldo Azambuja defende a expansão do gasoduto com ramais nos principais centros urbanos. Hoje a distribuição está concentrada, inclusive o Gás Natural Veicular (GNV).

No caso da termelétrica de Ladário, a vantagem é que não haveria custo de transporte pelo gasoduto. O gás boliviano seria entregue na fronteira, por meio de um ramal que já foi concluído, mas está desativado. “A expectativa é que logo, com o fechamento do contrato de suprimento de gás compra direta, o projeto da térmica de Ladário possa ser cadastrado nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”, diz o diretor presidente da MSGás.

Os leilões regulados de geração e transmissão de energia fazem parte da legislação do setor elétrico brasileiro e tem estimulado a concorrência entre agentes e induzido a entrada de empreendedores procedentes de outros setores e de outros países. A concorrência, por sua vez, tem resultado em redução de custos e prazos para construção de novas instalações de geração e transmissão.

Para Mato Grosso do Sul, segundo o governador Reinaldo Azambuja, será mais uma atividade econômica no “círculo virtuoso de geração de emprego, renda e receita com a arrecadação de tributos”, além de incentivar a expansão de empreendimentos na área energética, já nos leilões de energia são negociados contratos de suprimento de energia de longo prazo, que selam o compromisso para que os empreendedores possam realizar investimentos em novas instalações.

Fonte  Topmidia

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