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04/10/2017 às 08:03, Atualizado em 03/10/2017 às 19:11

Após suspender reajuste, prefeitura vai parcelar salário de servidores

Anúncio foi feito hoje em reunião com funcionários; parcelamento não era adotado em Dourados há pelo menos 17 anos.

Em crise financeira, a prefeitura de Dourados, vai parcelar os salários de setembro dos servidores municipais. A informação foi anunciada ontem (3) em reunião entre representantes dos servidores e assessores da prefeita Délia Razuk (PR). A folha deveria ser paga até sexta-feira, quinto dia útil do mês, mas por enquanto não há detalhes sobre o parcelamento.

O anúncio foi feito no gabinete da prefeita, mas por secretários e diretores da área financeira da prefeitura. Délia não participou. O contador geral do município, Rosenildo da Silva França, disse que a dificuldade financeira obriga a administração a parcelar a folha de pagamento de setembro.

Segundo ele, a prioridade serão os servidores que recebem salários menores, mas a prefeitura ainda não detalhou a forma do parcelamento nem em que data o pagamento será feito. O município de Dourados tem 6.500 servidores e a folha de setembro chega a R$ 32 milhões. O Campo Grande News apurou que se o parcelamento for mesmo adotado, servidores que ganham até três salários mínimos devem receber no quinto dia últil e os demais até o dia 20.

Segundo servidores ouvidos pela reporttagem, essa é a primeira vez nos últimos 17 anos que a prefeitura da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul vai parcelar salário de servidores. A última vez ocorreu em 2000, no último ano da segunda administração de Braz Melo (PSC), atual vereador e aliado da prefeita Délia Razuk. “O Braz parcelou e quem terminou de pagar foi o Tetila [Laerte Tetila, que administrou a cidade de 2001 a 2008]”.

Crise – Na reunião, Rosenildo França mostrou aos representantes dos servidores os números da contabilidade da prefeitura, na tentativa de convencer o funcionalismo sobre o impacto que o PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração), aprovado no ano passado, causou na folha salarial atual. Segundo ele, por causa do PCCR e da queda de receita, a prefeitura está impedida de conceder benefício ao funcionalismo, inclusive o reajuste dos salários.

Na sexta-feira (28), a prefeitura mandou à Câmara de Vereadores um projeto para alterar o PCCR e retirar alguns benefícios que aumentaram a despesa com o funcionalismo. Atualmente a prefeitura enfrenta uma greve parcial de educadores, por falta de reposição dos salários.

Questionado pelo sindicato dos educadores, o contador citou que entre 2011 e 2015, o magistério teve ganho salarial de 74,18%, contra 21,37% dos demais servidores da prefeitura.

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