Suspeitos de execução filmada negam que sejam do PCC

Na tarde desta segunda-feira (28), os três suspeitos pela execução brutal de Richard Alexandre Lianho negaram em depoimento ao juiz Carlos Alberto Garcete que tenham praticado o crime por ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Conforme o Campo Grande News, a audiência começou por volta das 13h e não foi possível fazer imagens da mesma. Matheus Gonçalves Martins,18, prestou depoimento e disse que fez um perfil falso numa rede social, se passando por uma mulher, para atrair Richard até a casa dele e quando o rapaz chegou, ordenou que ele sentasse no sofá e o amarrou com cadarços. Depois o colocou no porta-malas de um carro e levou até a região do Céuzinho, onde o executaram.

Quanto aos motivos pelos quais esquartejou a vítima, ele afirmou que "apenas fez o que mandaram fazer" e acusou Leandro de Oliveira, o "HB20", como mandante. O rapaz negou que tenha praticado o crime a mandou do PCC, disse ainda que não é membro da facção.

Ainda conforme o Campo Grande News, outro suspeito, Rafael Da Silva Duarte, 24, prestou um depoimento bastante contraditório. Ele negou todas as acusações do processo. Afirmou que foi violentado na delegacia e obrigado a assinar um depoimento sem ler o que estava escrito.

Duarte afirma que sequer esteve no local do crime e apenas emprestou o próprio carro aos suspeitos, porque era amigo de Matheus. Negou por repetidas vezes que seja membro de alguma facção e disse que está sendo ameaçado na prisão.

Já Murilo Menezes Magalhães, 18 anos, que está internado na Unei (Unidade Educacional de Dourados), prestou depoimento por videoconferência. Ele confessou que atirou uma vez na cabeça de Richard e que filmou tudo, justificando que 'agiu na emoção'.

Murilo desmente a informação que Matheus havia criado um perfil falso para atrair o rapaz e afirma que foi Naiara Carolina Menezes Lopes, 22 anos, quem atraiu o rapaz, sem saber que iriam matá-lo. Ele também nega fazer parte do PCC.

De acordo com o juiz, Murilo e Matheus, que eram adolescentes na época do crime, já cumprem medidas de internação. Rafael está preso preventivamente. Todas as testemunhas do caso já foram ouvidas. Um laudo feito no vídeo da execução deve ficar pronto em dez dias, quando o juiz decidirá o destino dos presos.

** O crime** Richard Alexandre,26, foi executado em 15 de fevereiro e teve o corpo mutilado, no penhasco da cachoeira do Céuzinho, em Campo Grande. Três pessoas foram acusadas pelo crime.

A execução foi realizada de forma cruel, sendo que além de ser atingido por tiros na cabeça, a vítima também teve os braços cortados com uma faca, que deixaram recados para a facção CV (Comando Vermelho).

O corpo de Richard foi encontrado na tarde da quarta-feira (15), preso a galhos de árvores, após a dupla que o matou ser presa por envolvimento em um roubo de malote contendo R$ 60 mil, ocorrido em janeiro, em Bela Vista.