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25/07/2017 às 09:00, Atualizado em 25/07/2017 às 02:05

PM abre sindicância para apurar detenção de jornalista durante cobertura

O Comando-Geral da Polícia Militar divulgou nota na tarde desta segunda-feira (24), afirmando que abriu um procedimento administrativo para apurar a detenção do jornalista Mauro Silva, 33 anos. O profissional foi detido por um policial militar, enquanto ele realizava a apuração de um acidente ontem pela manhã, na Avenida Ernesto Geisel, região do Jardim Nhanhá (zona sul de Campo Grande).

Segundo o repórter, um soldado, que não teve o nome revelado, o agarrou à força e o levou até a viatura no momento em que tentava registrar uma discussão entre o PM e o filho do condutor de uma Parati que capotou após colidir com um Fiesta, por volta das 10h30.

“Estava conversando com minha redação quando percebi a discussão (entre PM e o suspeito). O policial estava descontrolado e deu voz de prisão por desacato em meio ao monte de ofensas que dizia. Quando tirei o celular para filmar, o soldado veio e disse que eu seria testemunha”, explicou Silva.

Por meio de nota à imprensa, a Polícia Militar reafirmou “compromisso com a primazia dos princípios previstos na Carta Magna e com o dever de sempre servir, proteger e preservar os direitos individuais e coletivos, visando o bem comum”.

Truculência - O repórter disse que foi pego à força pelo braço e jogado no banco traseiro da viatura, onde ficou trancado por 20 minutos. Foi neste período que Silva gravou um vídeo, onde entrevista o outro detido, que permaneceu durante todo o período no porta-malas dos carros policiais, onde são conduzidos os suspeitos presos.

A situação só foi contornada com a chegada dos advogados do periódico, acionados por Silva, que conseguiram sua liberação do veículo.

“Em nenhum momento ele pediu minha identificação, meus documentos. Estava descontrolado. Testemunhas, mesmo se fosse esse caso, não podem ser conduzidas à força desse jeito”, completou o jornalista, alegando ser a primeira vez que passa por algo do tipo em sua carreira.

O Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul) disse que vai apurar as circunstâncias do ocorrido, mas que lamenta o cerceamento do direito de liberdade de expressão e também a restrição do trabalho do jornalista.

Fonte - Campograndenews

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