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19/09/2017 às 09:38, Atualizado em 19/09/2017 às 11:41

Pedreiro é condenado a 26 anos de prisão por matar ex-namorada e jogar corpo em rio de MS

Caso ocorreu em junho de 2015, em Ribas do Rio Pardo, e foi o primeiro feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul.

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Julgamento do primeiro caso de feminicídio de MS é realizado em Ribas do Rio Pardo (Foto: Fabiano Arruda/ TV Morena)

O pedreiro Alex Armindo Anacleto de Souza foi condenado, nesta segunda-feira (18), a 26 anos de prisão por matar a ex-namorada asfixiada e jogar o corpo no rio em Ribas do Rio Pardo.

O caso ocorreu em junho de 2015 e foi o primeiro feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul.

Souza foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, fútil e meio que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e ocultação de cadáver.

Julgamento

“Saudade, amor, companheira, com quem eu falava todos os dias.” O depoimento carregado de dor é da mãe da vítima Margareth Oliveira da Silva, que foi a única testemunha no julgamento, que começou por volta das 8h. Ela contou em detalhes a história do relacionamento entre a filha, Isis Caroline da Silva Santos, e o ex-namorado, Alex Armindo Anacleto de Souza, de 34 anos.

Isis desapareceu no dia 1º de junho de 2015. O corpo dela foi encontrado cinco dias depois em um rio de Ribas do Rio Pardo. O pedreiro foi acusado de matar a jovem, que tinha 21 anos, asfixiada e depois ter jogado o corpo dela no rio. O motivo do assassinato: o homem não aceitava a relação da ex com outra pessoa. Ele negou as acusações.

A mãe da vítima fez questão de acompanhar o depoimento do acusado. Depois foi a vez dos discursos da acusação, feito pelo promotor George Zarour Cezar, e da defesa, feita pelo defensor público Vitor Ramos.

De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS), as provas colhidas durante as investigações apontam que o acusado mantinha um relacionamento clandestino e conturbado com a vítima, e que já havia, inclusive, respondido pelo crime de estupro contra ela. A denúncia relata que no dia 1º de junho de 2015, ele a convidou para passar em fim de semana em Água Clara, mas que no caminho, discutiram, diante de um novo relacionamento dela, o que fez que o acusado mudasse o destino da viagem e, em uma estrada vicinal de Ribas do Rio Pardo, a matou asfiquixiada.

Ainda conforme a denúncia, o acusado arrastou o corpo para um córrego próximo e o soltou para que fosse levado pela correnteza e o crime não fosse desvendado. O cadáver acabou sendo encontrado somente cinco dias depois, em avançado estágio de putrefação.

Preso, o acusado negou o crime, dizendo que apenas teria empurrado a vítima, a deixando caída a beira do córrego. No entanto, em razão das provas apuradas na investigação, especialmente do laudo pericial, que demonstrou o estrangulamento, ele foi denunciado por homicídio qualificado por: motivo torpe, asfixia, dissimulação e feminicídio, além de ocultação de cadáver.

O julgamento é um passo importante no combate à violência contra a mulher no estado, mas esse é apenas um dos registros. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), outras 70 mulheres foram vítimas de feminicídio, nos últimos dois anos, em Mato Grosso do Sul.

“Óbvio que não vai trazer minha filha de volta, mas a Justiça é maior, vai tomar conta e ele vai pagar pelo que ele fez”, afirmou Margareth.

“Mais importante ainda é que o réu permaneça um bom tempo na cadeia porque, do contrário, ele voltará a fazer os mesmos atos com outras vítimas conforme mostra todo o seu histórico criminal”, destacou o promotor.

Conteúdo - G1MS

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