Publicado em 24/11/2017 às 08:01, Atualizado em 23/11/2017 às 18:43

Pastores evangélicos ajudavam organização criminosa em golpes, diz PF

Operação Ouro de Ofir foi deflagrada pela Polícia Federal na última terça-feira.

Redação,
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Divulgação

A Polícia Federal identificou a atuação de pastores evangélicos para beneficiar uma organização criminosa investigada por golpes milionários que atingiram pelo menos 25 mil pessoas em todo o país. Um dos golpes foi feito em Campo Grande.

Conforme divulgado pela Veja, os golpes foram descobertos durante a operação Ouro de Ofir, deflagrada na última terça-feira (21). A quadrilha usava a fé das vítimas para aplicar o golpe. Eles faziam parte de uma instituição financeira clandestina, que prometia lucros exorbitantes às vítimas em negócios fictícios por “ouro do império” e antigas “letras do Tesouro Nacional”.

''A característica principal da fraude está em atingir a fé das pessoas e na sua crença em um enriquecimento rápido e legítimo, levando-as a crer, inclusive, que tal mecanismo seria um ‘presente de deus aos fiéis’, ou seja, trazendo a fé religiosa para o centro da fraude (…) Muitas pessoas não estão interessadas em entender, pensar ou se informar – só estão interessadas em acreditar'', disse o delegado Guilherme Farias, em relatório.

Durante a invetsigação, dois tipo de crimes foram identificados, sendo um deles em Campo Grande, onde vivia uma suposta família detentora de lucros sobre a venda de centenas de toneladas de ouro do tempo do Brasil imperial (1882-1889). Para repatriar os valores obtidos com os lucros, essa família teria um acordo com uma ‘Corte Internacional’, que colocaria uma condição: 40% do montante recebido pelos herdeiros no Brasil teriam de ser doados a terceiros.

Em outro golpe, as vítimas davam valores pela ‘recuperação de antigas letras do Tesouro Nacional’. O esquema era o mesmo: em troca de quantias de, no mínimo, R$ 1.000, eram prometidos às vítimas grandes lucros. Nos dois casos, as pessoas nunca receberam o que foi prometido. Há quem já tenha dado mais de R$ 20.000 ao grupo.

Segundo a polícia, um dos golpistas se associava com pastores evangélicos para vender aportes de sua operação a fiéis das igrejas evangélicas. Os pastores entravam no golpe estimulando os fiéis a “investirem”.

Informações da Veja