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13/05/2017 às 19:47, Atualizado em 13/05/2017 às 19:02

Em 5 meses, fugas e rebeliões em MS chegam ao total registrado em 2016

De janeiro a maio deste ano, o sindicato registrou 15 fugas, tentativas de fugas e rebeliões em delegacias do Estado. O número chega ao total de casos registrados durante todo o ano de 2016.

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Na delegacia em Água Clara, onde os casos de fugas são recorrentes, a superlotação é constante. (Foto: Sinpol/MS)

Levantamento realizado pelo Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis do Mato Grosso do Sul) apontou que só nos primeiros cinco meses deste ano, o número de fugas, tentativas e rebeliões em delegacias de Mato Grosso do Sul foi de 15 casos. O mesmo número de ocorrências registradas durante todo o ano de 2016.

De janeiro a abril deste ano, foram sete tentativas de fugas das delegacias. A mesma quantidade registrada em fugas no ano passado.

Além disso, segundo apontou o sindicato, as cidades onde foram registrados mais casos do tipo, foram Água Clara, Ponta Porã, Angélica e Chapadão do Sul. Em 2016 foram 15 casos de fuga, tentativa de fuga e rebelião. Já em 2017, em apenas cinco meses já foram 15 casos registrados.

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Divulgação

Essas constantes fugas das delegacias do Estado, segundo o Sinpol, demonstram risco à segurança da população e que vem se agravando em razão das condições precárias em que as delegacias se encontram.

“Quando o preso evade, ele pode roubar o veículo de alguém para continuar a fuga e até mesmo adentrar às residências e comércios próximos para se esconder”, afirmou, o presidente do Sinpol-MS, Giancarlo Miranda.

Casos - No final de março deste ano, 11 presos fugiram da Delegacia de Brasilândia, distante 355 km da Capital, após rederem o policial civil que estava de plantão, roubando sua pistola e veículo, que posteriormente foram recuperadas. Em Ponta Porã, duas tentativas de fuga foram registradas em menos de um mês. Os presos tentaram abrir um buraco na parede da cela da unidade.

Outro caso que ficou bastante conhecido ocorreu em agosto do ano passado em Miranda, distante 201 km da Capital. Durante uma rebelião, 11 presos também fugiram da delegacia e durante a confusão, destruíram toda a unidade. Os detentos quebraram cadeados, danificaram alojamentos e arrombaram a porta do cartório criminal. Além de terem tentado arrombar a porta do depósito externo, onde são guardados entorpecentes apreendidos.

Já na última quarta-feira (3), durante uma rebelião na delegacia de Costa Rica, distante 305 km da Capital, os presos exigiram aparelhos de televisão nas celas, a realização de visitas íntimas e ameaçavam os policiais civis. Esse foi o 15º caso registrado pelo sindicato de fuga, tentativa e rebelião, só neste ano.

Segundo o sindicato, as delegacias não contam com estrutura física adequada para permanência de presos e ressocialização dos mesmos. Outro fator crítico apontado pelo presidente do sindicato, é o desvio de função que os policiais civis estão realizando nas delegacias em relação a custódias de presos.

Solução - Um ofício foi protocolado no Ministério Público pelo sindicato informando a situação ao GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial). No documento foi pedido que houvesse o cessar do desvio de função dos policiais civis e caso haja necessidade, a utilização de meios judiciais para determinar a retirada dos presos das delegacias após a audiência de custódia.

Para resolver essa situação a Agepen (Agência Estadual da Administração Penitenciária) informou na última segunda-feira (8) em nota ao Campo Grande News, que está se programando para assumir primeiramente as delegacias de Caarapó e Ivinhema, mas que ainda depende de uma série de fatores, entre eles a lotação de servidores. A previsão é que ocorra ainda este ano.

Presos tentaram abrir um buraco na parede da cela em Ponta Porã, a primeira das duas tentativas ocorridas no mesmo mês. (Foto: Porã News) Presos tentaram abrir um buraco na parede da cela em Ponta Porã, a primeira das duas tentativas ocorridas no mesmo mês.

Foi realizado um estudo e projeto técnico para a escolha das primeiras unidades que serão atendidas. Além disso, o trabalho vem sendo realizado junto com a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) para que essa mudança aconteça da melhor e mais rápida forma possível, informou em nota a Agepen.

Atualmente o número de agentes penitenciários em Mato Grosso do Sul, segundo a agência, são cerca de 1540 servidores, incluindo os novos agentes que começam a tomar posse no próximo dia 16.

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